Os agentes de trânsito da cidade de Patos, no Sertão paraibano, estão em greve há mais de 45 dias. A categoria reivindica melhores condições de trabalho e revisão salarial. Segundo o Sindicato dos Agentes de Trânsito, as reivindicações não estão sendo atendidas pela prefeitura.
Com a greve, apenas dez profissionais estão trabalhando nas ruas do Centro da cidade. Os bairros estão sem fiscalização e a população tem sentido os efeitos da ausência do efetivo. Devido à greve, infrações como carros parados em fila dupla, motos estacionadas em locais indevidos e carros não autorizados estacionados em vagas para deficientes têm se tornado comuns nos últimos dias.
Além disso, a categoria denuncia que as multas aplicadas aos condutores que cometem infrações acabam sumindo misteriosamente, o que tem desestimulado o trabalho dos agentes.
“O sindicato já solicitou através de ofício a transparência no trâmite destes processos que geram multas, mas o órgão não se manifestou. Nós protocolamos um ofício no Ministério Público da Paraíba, denunciado que não existe essa transparência”, disse o presidente do sindicato, Antônio Coelho.
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) recomenda para os municípios que exista um agente de trânsito para cada mil veículos. Patos tem uma frota de aproximadamente 50 mil veículos, mas só conta com 26 agentes para a fiscalização, quando o preconizado é de 50.
Segundo o chefe da Superintendência de Trânsito e Transportes de Patos, Marcos Eduardo, este ano já foram adquiridos veículos para complementar a frota e até o mês de junho as câmeras de monitoramento de trânsito vão voltar a funcionar. Sobre a revisão salarial, o superintendente diz que a situação ainda está sendo estudada.
Já o responsável pelo setor de análise das infrações de trânsito, Damião Madeiros, negou as acusações de que as multas aplicadas aos condutores estariam sendo retiradas.