O homem visto em um vídeo pegando a bolsa de uma das vítimas no acidente na BR-230 em João Pessoa no sábado (21) procurou a polícia espontaneamente e prestou depoimento na manhã desta quarta-feira (25) na Central de Polícia em João Pessoa. Segundo informações do advogado do homem visto no vídeo, Ney Chaves, o cliente dele realmente pegou uma bolsa, mas entregou o objeto a algum profissional que atuava no socorro das vítimas.
Segundo informações da PRF, duas pessoas que morreram no acidente estavam em um Toyota Corolla que seguia na rodovia quando o motorista perdeu o controle e invadiu a pista no sentido contrário. Na outra faixa, ele atingiu o outro veículo, um Chevrolet Corsa, onde seguiam dois ocupantes que ficaram feridos. Um dos feridos morreu no hospital na manhã desta quarta-feira (25).
O advogado do homem visto com documentos de uma das vítimas destaca que “quando ele aparece abaixado, ali com a carteira, já foi um segundo momento”. “No primeiro foi para socorrer, quando viu que elas estavam falecidas ele pegou a documentação para tentar identificar, como ele fez. Ligou para a esposa dele perguntando se ela conhecia [as vítimas] ou se os familiares conheciam, até porque eles são empresários, conhecem muitas pessoas aqui em João Pessoa. Logo após, o Corpo de Bombeiros junto com o Samu chegou e ele entregou essa documentação, mas não sabe especificar para qual órgão foi”, disse o advogado. O Corpo de Bombeiros informou que não identificou nenhum bombeiro que teria recebido este documento.
O empresário João Afonso, como foi identificado pelo advogado, foi visto em um vídeo retirando de dentro do carro e abrindo a bolsa de uma das vítimas do acidente na BR-230 em João Pessoa. A gravação feita por uma testemunha no sábado (21), no dia do acidente, mostra o homem se abaixando, puxando uma bolsa de dentro do carro virado e abrindo o pertence da vítima. A princípio, a bolsa supostamente pertencia a Meiryelli Egito, uma das duas pessoas mortas na ocorrência, mas o advogado dele diz que os documentos eram de Thiago Nogueira, que também morreu no acidente.
O pai de Meiryelli Egito, Fábio Egito, relatou que por conta da falta dos documentos, sumidos no dia do acidente, a filha dele acabou dando entrada na Gerência Executiva de Medicina e Odontologia Legal (Gemol) como indigente. “Quando procurei saber, ela constava como indigente em virtude do furto dos documentos, que não foram encontrados”, comentou o funcionário público.
Ainda de acordo com Fábio Egito, ele precisou procurar por um outro documento em casa para conseguir a liberação do corpo da filha junto ao Gemol. “O único documento dela que sobrou foi a carteira de trabalho. Tive que ir em casa e depois na delegacia para fazer a troca do reconhecimento. Esses documentos não vão servir de nada para ele, era um coisa que ele devia ter entregado aos policiais, aos bombeiros, ao pessoal do Samu”, completou.
O advogado de João Afonso explica que a carteira que ele pegou no vídeo não era a de Meiryelli, e sim a do representante de vendas Thiago Nogueira, de 35 anos, que também morreu no acidente. “Precisamos deixar claro que a carteira era de uma das vítimas, o condutor do veículo, o Thiago, a carteira não tem a ver com a vítima, a moça. O documento do Thiago foi encontrado, não está desaparecido. Dá pra ver bem pelo vídeo que a carteira é de um homem, não é uma bolsa e não tem características de uma carteira de mulher”, explicou Chaves.
G1