A instabilidade política no país, pródiga na geração de crises, torna imprevisível o resultado da Comissão Especial Processante, que analisa o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). A avaliação é do presidente do colegiado, o senador paraibano Raimundo Lira (PMDB). O parlamentar, para a sua avaliação, não se deteve apenas no vazamento do áudio do agora ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), mas ao risco de surgirem novos fatos que comprometam ainda mais o governo interino de Michel Temer (PMDB).
“Essa questão política é muito imprecisa. A preço de hoje, você analisando o hoje e projetando para o futuro, o resultado da admissibilidade vai permanecer como está, mas a gente não pode prever isso (com precisão), principalmente porque no país a cada momento surge uma crise nova e, então, fica tudo imprevisível quando se trata da parte política”, ressaltou Lira. Na avaliação dele, as declarações de Jucá, que coloca o impeachment de Dilma remédio para frear a operação Lava Jato, serve principalmente para dar discurso aos aliados da presidente afastada.
A Comissão Especial Processante volta a se reunir nesta quarta-feira (25), quando Raimundo Lira e o relator do colegiado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), vão apresentar o calendário dos trabalhos para o momento em que a presidente afastada Dilma Rousseff vira ré e deverá apresentar sua defesa no processo. Para que ela seja afastada em definitivo, serão necessários 54 votos no Senado, ou seja, dois terços dos cargos. Na fase de admissibilidade do impeachment, 55 senadores votaram contra a gestora.
Raimundo Jucá retorna nesta terça-feira ao Senado. Ele também é membro da Comissão Especial Processante e, portanto, dará continuidade ao trabalho para manter o afastamento da presidente Dilma.
Fonte: Jornal da Paraíba