A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (6) que não vai “para debaixo do tapete” e voltou a afirmar que não renunciará ao mandato. Ela deu as declarações em Cabrobó, no Sertão de Pernambuco, onde visitou o reservatório de Terra Nova e a Estação de Bombeamento (EBI-2), do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco.
Em discurso no evento, a presidente falou sobre o processo de impeachment que corre contra ela e reforçou que não renunciará ao cargo. “Eles sempre quiseram que eu renunciasse. (…) Sabe o tapete? Você levanta o tapete e esconde a sujeira embaixo do tapete. Se eu renunciar, eu vou pra debaixo de tapete. E eu não vou pra debaixo de tapete, vou ficar aqui, brigando, porque eu sou a prova da injustiça”, disse. “Eles estão condenando nesse impeachment uma pessoa inocente. E não há nada mais grave que condenar uma pessoa inocente”, afirmou.
A declaração ocorreu horas após a comissão especial do impeachment no Senado aprovar o relatório para dar prosseguimento ao processo contra Dilma. A instauração formal do processo deve ser votada no plenário do Senado na próxima quarta-feira (11).
A presidente voltou a dizer que considera que o processo que está sofrendo é um golpe. “Eles dizem: ‘o impeachment é legal porque está previsto na constituição. O impeachment está previsto na constituição. O que eles não falam é que o artigo 85 é claro: para ter impeachment, tem que ter crime. Ora, eu não tenho conta no exterior, não sou conhecida por receber dinheiro de corrupção, não recebo propina. Então eles inventaram uma coisa chamada ‘pedalada fiscal’”, disse.
Dilma afirmou que as pedaladas são feitas por governadores e prefeitos, bem como por presidentes que a antecederam, como Fernando Henrique Cardoso. “Sou acusada de 6 decretos. O Fernando Henrique Cardoso fez 101 decretos. Do mesmo tipo dos meus, ele fez 30”, afirmou. “Resolveram que o impeachment é uma forma disfarçada de eleição indireta (…) porque se forem para eleição direta, o povo não vota neles. É por isso.”