A Polícia Federal informou nesta segunda-feira (16) que indiciou 19 pessoas pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influência em um inquérito da Operação Zelotes que teve como principal foco o grupo siderúrgico Gerdau.
Em fevereiro, a PF deflagrou a 6ª fase da Zelotes, que investiga fraudes em julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), um órgão ligado ao Ministério da Fazenda. A ação cumpriu 18 mandados de busca e apreensão e 20 de condução coercitiva (quando a pessoa presta depoimento na delegacia e depois é liberada).
Os nomes dos indiciados não foram divulgados. Procurada, a assessoria da PF explicou que não revelaria os alvos de indiciamento seguindo uma norma interna de proteger as investigações.
A Polícia Federal informou, porém, que foram indiciados conselheiros e ex-conselheiros do Carf, além de advogados e membros da diretoria da Gerdau.
Em nota, a Gerdau informou que, até o momento, não recebeu informações oficiais sobre o assunto e que se pronunciaria somente após ser notificada pela PF. Anteriormente, a empresa já havia dito que colaborava com as investigações e que não concedeu autorização para que seu nome fosse usadoem pretensas negociações ilegais.
Investigações
A suspeita é que o grupo Gerdau tenha tentado evitar, por meio do Carf, o pagamento de multas que somam R$ 1,5 bilhão.
O objetivo do grupo, segundo a Polícia Federal, foi obter, de maneira ilegal, o cancelamento da cobrança de tributos em seus processos.
De acordo com as investigações, a empresa celebrou contratos com escritórios de advocacia e de consultoria que, por meio de sócios, agiram de maneira ilícita, manipulando o andamento, a distribuição e as decisões do Carf.
À época da deflagração da 6º fase da Zelotes, foi cumprido um mandado de condução coercitiva para André Gerdau, diretor-presidente e presidente do comitê executivo da Gerdau.