A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde, divulgou o boletim da influenza, que corresponde ao período de 1º de janeiro a 30 de abril de 2016 (17ª Semana Epidemiológica). Até então, foram notificados 118 casos para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e, destes, 11 (9,3%) foram confirmados para o agente etiológico influenza A (subtipo H1N1), o mesmo que circula desde 2009. Entre os casos notificados até o momento, em 14 deles (11,9%) foi descartada a presença do vírus de influenza. Os demais seguem em investigação.
“Nota-se um aumento considerável do número de casos se comparado ao ano de 2015, quando tinham sido notificados 12 casos de SRAG e, entre eles, apenas um caso identificado com o vírus influenza. Entretanto, a situação não é de alarde, mas, sim, de vigilância”, observou a gerente de Vigilância Epidemiológica da SES, Izabel Sarmento, completando que, com o aumento das chuvas, é natural que a síndrome gripal apareça e o número de casos está dentro do esperado para esta época do ano.
“Nossa missão enquanto gestores é conscientizar a população e os profissionais de saúde para que o enfrentamento à influenza seja ainda mais eficaz, identificando precocemente a doença e, consequentemente, tratando oportunamente e evitando as complicações”, declarou a gerente.
No que se refere ao cenário dos óbitos, foram comunicados 25 casos de SRAG com suspeitas de vírus de influenza, sendo sete confirmados a identificação viral para influenza A (H1N1) nos municípios de Alagoinha (1), Baía da Traição (1), Cacimba de Dentro (1), Campina Grande (1) João Pessoa (1), Maturéia (1) e Monteiro (1). Quatro mortes foram descartadas para o agente etiológico de influenza e 14 óbitos seguem em investigação.
Diante do cenário atual do Estado, a SES recomenda à população e a todos os serviços de saúde que sejam intensificadas as ações de prevenção e controle da influenza. “Para prevenir, é fundamental a lavagem frequente das mãos, evitar locais com aglomeração de pessoas, evitar ir ao trabalho com quadro gripal nas primeiras 48 horas, evitar levar crianças com gripe para a escola. Para os profissionais, é imprescindível o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e manter a vigilância dentro do serviço – identificando precocemente os casos suspeitos e intervindo oportunamente para que estes não cheguem à gravidade, podendo culminar em óbito”, orientou Izabel Sarmento.
Vacinação – A campanha de vacinação contra a influenza começou oficialmente no dia 30 de abril e vai até 20 de maio. A vacina tem duração de um ano e não previne a doença – a imunização previne complicações que a gripe pode causar como síndromes e hospitalizações.
No Estado, a população do grupo prioritário é de 946.103 pessoas e a meta é vacinar pelo menos 80% (759.280 pessoas). Até o momento, foram imunizadas 268.860 pessoas contra a influenza na Paraíba, número que representa 31,51% da meta.
Para este ano, os grupos prioritários da vacinação contra a gripe são: crianças de seis meses a menores de cinco anos, gestantes, puérperas (mulheres que tiveram bebês nos últimos 45 dias), trabalhadores de saúde, povos indígenas, indivíduos com 60 anos ou mais de idade, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional, além das pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independe da idade. O público-alvo deve apresentar o cartão de vacinação nos postos.
Sintomas – De acordo com achefe do Núcleo de Doenças Transmissíveis Agudas da SES, Anna Stella Pachá, a gripe simples é aquela em que o paciente está bem, podendo evoluir tranquilamente em casa com hidratação e repouso. Já a síndrome respiratória aguda grave é quando o paciente tem necessidade de internamento. “É exatamente nestes casos graves que deve acontecer a notificação e a coleta de amostras. Esse cuidado maior serve para identificar corretamente as causas da complicação: se realmente é a influenza ou um resfriado e qual o tipo do vírus”, explicou.
As amostras a serem encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB) devem ser coletadas até o sétimo dia do início dos sintomas, preferencialmente no terceiro dia, onde normalmente a excreção viral é maior. O profissional deve evitar coletar amostras com mais de sete dias, porque certamente o paciente não estará mais excretando o vírus e o exame dará negativo ou impreciso. As amostras precisam ser coletadas corretamente para que seja identificada com precisão a presença do vírus H1N1 ou outro que tenha ocasionado a influenza.