As Polícias Civil e Militar da Paraíba desencadearam em conjunto a Operação Shalom, na madrugada desta quarta-feira (15), em municípios do Litoral Norte do Estado. O objetivo foi desarticular organizações criminosas que agiam na região do Vale do Mamanguape e Baía da Traição, praticando crimes contra a vida, contra o patrimônio e tráfico de entorpecentes. Foram presas dez pessoas, por meio de cumprimento de mandados de prisão preventiva e apreendidos três adolescentes.
As investigações foram conduzidas pelo Grupo Tático Especial (GTE) e o Núcleo de Homicídios, da 7ª Delegacia Seccional, que tem sede em Mamanguape. Participaram da ação, 300 policiais civis e militares e o Grupamento Tático Aéreo (GTA), que realizou um patrulhamento na região com o helicóptero Acauã. A operação recebeu o nome de um verbete hebraico, que tem o significado de paz.
De acordo com o titular da seccional, delegado Walter Brandão, as informações começaram a ser levantadas no mês de janeiro, após a identificação de dois grupos que agiam nas cidades de Mamanguape e Baía da Traição, mas que cometiam os crimes de forma articulada.
“Começamos a realizar várias prisões. Só do mês de janeiro até junho, foram retirados de circulação, dentro da Operação Shalom, 15 armas de fogo, sendo duas submetralhadoras e uma pistola 40, de uso exclusivo da Marinha. Foram presas em flagrante 33 pessoas e apreendidos três adolescentes, todos envolvidos em homicídios, roubos e tráfico de drogas. Nas ações também foram recolhidos cerca de 100 quilos de drogas, em abordagens distintas realizadas em conjunto com outras delegacias, como a Roubos e Furtos de Campina Grande e João Pessoa e em parceria com a Polícia Militar”, explicou a autoridade policial, acrescentando que os grupos eram chefiados por dois suspeitos: Gilvan Soares da Silva, o ‘Bebão’, que está preso em uma Unidade Prisional Federal no Campo Grande (MS) e coordenava as ações criminosas em Baía da Traição, e ‘Naldo’ Vaqueiro, que agia em Mamanguape.
Para o capitão Alberto Filho, comandante da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar (2ª CIPM), a operação foi muito bem organizada, tendo um trabalho que embasou toda a ação realizada na madrugada desta quarta-feira. “A operação Shalom é o resultado de uma integração que vem dando certo e que atende a proposta do Paraíba Unida pela Paz, que tem como eixo principal a redução de crimes contra a vida no Estado”, disse o capitão.
Durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, na Central de Polícia Civil, no bairro do Geisel, em João Pessoa, os gestores da segurança pública explicaram que ainda existem mandados de prisão para serem cumpridos em Penitenciárias de Campo Grande (MS), Caicó (RN), Catolé do Rocha (PB) e João Pessoa (PB). Segundo o delegado Walter Brandão, dentro do esquema organizacional dos grupos existiam chefes, gerentes, ‘soldados’ e ‘anões’, todos envolvidos em práticas criminosas. Um dos principais investigados é o Gilvan Soares, o ‘Bebão’, inclusive por conta da movimentação financeira da mulher dele, que chega a ter R$ 100 mil depositados em conta, por mês.