Conforme veiculado nos últimos dias pela imprensa nacional, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) deixou nesta quarta-feira (16) a liderança do governo Temer no Congresso, cargo que assumiu no último dia 23 de junho. A decisão conjunta foi tomada durante a tarde, após o presidente se reunir com a bancada capixaba.
Com a base aliada sendo criticada pela parlamentar e percebendo que a senadora dava sinais de que deixaria o posto, ao alegar cansaço e desgaste, o governo Temer teria começado a articular a troca de Rose pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) desde início da votação da PEC do teto de gastos para a União. Segundo informações da Agência Reuters, Jucá já vinha exercendo o posto de maneira informal.
A última participação do senador de Roraima no governo foi como ministro do Planejamento – cargo que teve de deixar menos de duas semanas após assumir por conta de gravações que vieram a público. Nos áudios, ele falava em interferir na operação Lava Jato.
A oficialização de Jucá como o novo líder do governo se daria no dia 7 de novembro após uma conversa entre Rose e Temer, mas a pauta governista inviabilizou a tomada de uma decisão.
Elogio e balanço
No último dia 14, em entrevista ao programa do Roda Viva, da TV Cultura, Michel Temer elogiou o desempenho da senadora à frente da liderança do governo. “A senadora Rose de Freitas fez um trabalho excepcional. Veja o que nós aprovamos no Senado e na Câmara, no Congresso, portanto, ao longo desse período”, disse.
Já Rose afirma que, nos quase cinco meses como líder do governo, trabalhou pelo Brasil. “Trabalhamos tendo em mente que é prioritário deliberar sobre as matérias de cunho social. Trabalhamos com uma profunda convicção de que o povo brasileiro não aceita mais esperar. Não aceita mais esperar por saúde pública de qualidade. Não aceita mais esperar por educação de qualidade. Não tolera mais esperar pelas reformas necessárias”, declarou.
Durante a gestão de Rose foram realizadas nove sessões do Congresso Nacional, sendo quatro sessões conjuntas e cinco sessões solenes. Foram ainda apreciados 135 requerimentos e 25 vetos presidenciais.
Foram realizadas também dez reuniões na CMO (Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização) e aprovados dez Projetos de Lei do Congresso Nacional, entre Créditos Especiais, Créditos Suplementares e uma Alteração da Lei Orçamentária Anual.
Das 27 Medidas Provisórias editadas pelo atual governo, 15 já foram convertidas em lei e duas foram encaminhadas à sanção presidencial. As demais estão em tramitação.