O detento Rodrigo Antônio Monteiro, 38 anos, que foi condenado a 31 anos de prisão por roubo e estupro foi aprovado em primeiro lugar no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) para uma vaga no curso de biblioteconomia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com uma média de 591,82. Monteiro cumpre pena em regime fechado na Penitenciária de Segurança Máxima Geraldo Beltrão, a ‘Máxima de Mangabeira’, em João Pessoa. Ele está preso há 5 anos e deverá permanecer em regime fechado por mais seis anos para ingressar no semiaberto, caso não infrinja as leis internas do sistema prisional.
Segundo João Rosas, diretor da unidade prisional, Monteiro terminou o ensino médio dentro da unidade prisional e decidiu participar do ENEM no ano passado sendo aprovado em primeiro lugar no curso de Letras da UFPB, mas não teve autorização do judicial para frenquentar a universidade.
“A juíza Andrea Arcoverde, titular da Vara de Execuções Penais, não autorizou a saída do apenado da unidade. Então, neste ano, ele apostou novamente no Enem e conseguiu o 1° lugar no curso de Biblioteconomia da UFPB. A juíza já está ciente da aprovação e vamos enviar um documento para ela analisar se há possibilidade da saída do reeducando para cursar o ensino superior”, falou o diretor.
Rosas disse que cinquenta detentos da unidade participaram do Enem, mas apenas Rodrigo Antônio foi aprovado nessa primeira chamada do Sisu. “Acredito que outros deverão conseguir notas suficiente para ingresso no ensino superior. Mas, tudo depende da autorização da juíza, entretanto, estamos conversando para a implantação de um pólo do EAD ( Ensino a Distância ) no presídio”, adiantou.
O presídio de segurança máxima oferece desde o ensino fundamental ao ensino médio aoa detentos, além de cursos profissionalizantes através do Pronatec ( Programa Nacional de acesso ao ensino técnico e emprego).
“Essas ações e políticas públicas só acontecem graças a criação, pelo então governador Ricardo Coutinho, da Gerência Executiva de Ressocialização que trata das demandas e projetos relacionados ao processo de Ressocialização de apenados. Acredito, piamente, que a educação é sem sombra de dúvidas, o instrumento mais eficaz de transformação social. Já dizia nosso patrono da educação nacional, Paulo Freire: “ Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco a sociedade muda”, sábias palavras que levo em todos os momentos da minha atuação como profissional do sistema penitenciário e educador”, frisou João Rosas.