A morte de Maroca, uma das “Ceguinhas de Campina Grande” levou irmãs e parceiras no trio: Indaiá e Poroca. Nesta segunda-feira (27), elas garantiram que o grupo vai continuar fazendo suas apresentações, apesar de admitirem que vai ser difícil se acostumar a subir nos palcos sem a presença da irmã.
As “ceguinhas de Campina Grande” ficaram conhecidas em todo o Brasil após o lançamento do filme “A pessoa é para o que nasce”, do diretor Roberto Berliner, em 2004. As irmãs foram descobertas quando pediam esmolas nas ruas do Centro de Campina Grande. Viajaram por todo país em turnê e tocaram com personalidades da música, como o baiano Gilberto Gil, de quem receberam uma homenagem em uma de suas composições.
“Maroca era uma pessoa boa, a saudade que fica é grande, nós três éramos unidas e agora vamos continuar sem ela.” disse Indaiá. “Ela era boazinha, a gente não esperava que ela fosse agora, mas Deus quis levar. Nosso grupo vai continuar e vamos ter que nos acostumar a continuar sem ela”, completou Poroca.
As duas irmãs estiveram presentes no velório e enterro de Maroca, que ocorreu no fim da tarde de domingo (26). Em vários momentos, elas receberam o carinho e solidariedade das pessoas que passavam pelo local para se despedir da cantora. O momento foi marcado por muita comoção e homenagens.
Maria das Neves Barbosa, que tinha 72 anos, morreu após uma complicação decorrente de um acidente vascular cerebral (AVC) e da diabetes, doença contra a qual lutava há alguns anos, de acordo com Walquíria Calisto, amiga que cuida de Maroca e de suas duas outras irmãs, Poroca e Indaiá.
Segundo informações da Walquíria Calisto, Maroca deu entrada no hospital na terça-feira (21) após sofre um AVC. Desde então, foi avisada pelos médicos de que o quadro clínico de Maroca era grave. “A gente sabia da gravidade, por isso conversei muito com as outras duas [irmãs]”, comentou.
O velório aconteceu na manhã deste domingo (26) na central de velórios Digna, no bairro do Cruzeiro, em Campina Grande. O sepultamento está marcado para as 17h, no cemitério do Monte Santo, na mesma cidade.
A pessoa é para o que nasce
A gravação do filme começou em 1997 e terminou apenas em 2004, ano do lançamento. O documentário conta a história delas e como elas passaram a ser conhecidas após o lançamento. Com o dinheiro arrecadado na época da fama, elas conseguiram comprar a casa própria no bairro de José Pinheiro, também em Campina Grande.
Após sofrerem maus tratos de um parente, as irmãs decidiram procurar um novo lugar para morar. Foi quando as três passaram a morar com a cozinheira Walquíria Calisto, que era amiga de uma outra mulher que trabalhava na casa da filha de Maroca. Foi assim que Walquíria conheceu as três e, mesmo após a morte da mulher que cuidava delas, manteve contato com as ‘ceguinhas de Campina Grande’.
G1 PB