Morreu, nesse sábado (25), em Campina Grande, a cantora Maria das Neves Barbosa. Conhecida como Maroca, ela era uma das integrantes do grupo ‘Ceguinhas de Campina Grande’. A artista tinha 72 anos e estava internada no Hospital Regional de Trauma da cidade.
Em nota, o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, destacou o simbolismo de resistência cultural que Maroca e suas irmãs representam. “Ela deixa um legado de humildade e amor à arte”, comentou Romero.
Cegas de nascença, as três irmãs trabalharam na lavoura desde crianças. Eram alugadas como mão de obra temporária pelo próprio pai, que era alcoólatra. Quando o patriarca da família morreu, as três irmãs passaram a se apresentar então nas ruas de Campina Grande, cantando emboladas e tocando ganzá. Com as doações que recebiam, sustentavam 14 parentes. O repertório do trio aos poucos passou a incluir cantigas, cocos e outras formas do cancioneiro nordestino, que as irmãs reprocessaram com acréscimo de improvisos.
Em 1998, elas foram personagem do documentário de curta-metragem ‘A pessoa é para o que nasce’, de Roberto Berliner. O filme foi um sucesso e as paraibanas receberam elogios de artistas como Naná Vasconcelos e Otto. O baiano Gilberto Gil compôs uma música em homenagem às ‘ceguinhas’. Em 2004, Berliner lançou a versão em longa-metragem do seu documentário.. No mesmo ano as três irmãs receberam a Ordem do Mérito Cultural.
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