Os dois estrangeiros presos em João Pessoa no dia 12 de abril teriam ligações com grupos terroristas e extremistas do Oriente Médio. No celular deles, a polícia encontrou centenas de contatos suspeitos, além de mais de 5 mil vídeos e fotos de pessoas mutiladas. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (18), pelo delegado de Defraudações Lucas Sá. Os dois são suspeitos de atuarem com falsificação de documentos para estrangeiros no Brasil e um brasileiro de São Paulo também foi preso na mesma operação, suspeito de atuar no grupo.
Segundo a polícia, as imagens de pessoas mutiladas teriam sido achadas no telefone de Saleh Alderaibi, de 41 anos. Natural da Arábia Saudita, ele teria movimentado cerca de US$ 10 milhões de dólares, aproximadamente R$ 31 milhões. Nesta terça, um cônsul da Arábia Saudita, junto com um tradutor da embaixada saudita no Brasil, viajou a João Pessoa para acompanhar a audiência de custódia.
Segundo a polícia, Alderaibi teria utilizado uma certidão de nascimento falsa de um cartório do interior do Ceará, apresentando-se como brasileiro nato, solicitando a emissão de um RG no ‘Programa Cidadão’, em João Pessoa, mas a fraude foi descoberta pela Polícia Civil da Paraíba.
O iraquiano Feras Haussn, de 43 anos, é o segundo estrangeiro preso no mesmo caso. De acordo com a polícia, ele seria um dos líderes em falsificação de documentos de estrangeiros no Brasil e teria mais de 100 contatos no celular que apontam para práticas suspeitas, envolvendo esquemas com cartórios, funcionários públicos etc.
Durante as investigações, as equipes da Delegacia de Defraudações localizaram duas Carteiras de Habilitação falsas, que teriam sido usadas pelo iraquiano.
O paulista Sandro Adriano, de 42 anos, é o terceiro suspeito que foi preso em João Pessoa. De acordo com o delegado, ele teria atuado como despachante, contratado em São Paulo pelos dois estrangeiros. “Sandro já foi preso anteriormente pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e descaminho”, disse Lucas Sá.
Todos estão sob prisão preventiva, aguardando a audiência de custódia, que está prevista para esta terça (18). Segundo a polícia, os três deverão responder pelos crimes de falsidade ideológica, organização criminosa e uso de documento falso.
O delegado Lucas Sá informou ainda que embaixadas internacionais, Interpol e consulados foram comunicados sobre as prisões dos estrangeiros. Os indícios de altas movimentações financeiras apontam para a ocorrência de crimes internacionais e suspeita de vínculo com terrorismo. Apesar disso, os casos ainda são investigados e além de documentos, sete celulares foram apreendidos e passam por perícia e tradução.
Correio da Paraíba, com Portal Correio