Dois navios com cargas de petcoke, um derivado de petróleo, e um com carga de trigo estão ancorados há pelo menos dois dias nas imediações do Porto de Cabedelo sem poder atracar no porto. O problema, causado pela maré baixa, pelo baixo calado do porto e pela restrição ao horário noturno, vem afetando o trabalho no local e só deve ser resolvido a partir das 6h30 desta terça-feira (18), momento em que a maré vai estar em preamar, que é quando ocorre nível mais alto da maré cheia, dando segurança para que os navios cheguem ao porto sem risco de encalhe.
De acordo com a presidente da Companhia Docas da Paraíba, Gilmara Timóteo, os três navios estão com capacidade máxima que o porto pode receber, de 35 mil toneladas de carga, e a travessia deles ao porto não ocorreu no fim de semana por conta da maré baixa, que causa risco de encalhe.
“Desatracamos um navio na sexta e outro no sábado. Depois, ainda no sábado, chegaram esses outros três navios, mas eles ainda não desatracaram por conta da maré baixa e da nossa restrição ao trabalho noturno, que ocorre faz dez anos. Os navios estão vindo muito pesados e mesmo com o calado atual de 9,14 metros só podemos receber esses navios quando a maré estiver em preamar, para que possamos realizar a operação sem risco de encalhe”, contou Gilmara Timóteo.
Com relação ao calado, a presidente da Companhia Docas afirmou que a última dragagem no porto ocorreu de forma incompleta, em 2009, e que já estão sendo detectados pontos em que o calado está com 9,01 metros, o que compromete a operacionalização dos navios.
“Só podemos receber navios com até 35 mil toneladas de carga e ainda sim precisamos estar com maré cheia para que eles atraquem sem risco de encalhe. Além disso temos a restrição noturna. Não é possível mais que a gente continue com restrições por conta do canal. Precisamos que a dragagem, parada desde 2009, seja completada para que possamos operar com 11 metros de calado, sem necessidade de esperar a maré encher. Isso também possibilitará o recebimento de navios de até 50 mil toneladas”, disse a presidente da Docas.
Ainda segundo Gilmara Timotéo, a conclusão da dragagem do Porto de Cabedelo demanda investimentos de R$ 50 milhões, considerado baixo para a importância do porto para o Estado.
“Com 9,14 metros não dá mais para funcionar. Precisamos dos 11 metros para que possamos triplicar nosso recebimento de carga mensal, que é de 120 mil toneladas, trazidas por até doze navios. É um investimento considerado pouco que o governo Federal necessita realizar para a importância do porto para a economia do estado. O que nos deixa tristes é o investimento Federal em outros portos, como o de Paranaguá que vai receber R$ 384 milhões enquanto nós estamos desde 2009 com uma obra importante incompleta”, concluiu Gilmara Timóteo.
Portal Correio