Os ônibus de transporte público de João Pessoa e os trens que fazem o transporte na Região Metropolitana na capital paraibana não circularam durante toda a manhã desta sexta-feira (28) devido à paralisação dos motoristas e funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos de João Pessoa (CBTU). A paralisação desta sexta-feira foi convocada contra as mudanças nas regras da terceirização e as reformas trabalhistas e da Previdência. Os ônibus só voltaram a circular por volta das 13h30, de acordo com a Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob).
Além dos serviços de transportes parados, manifestantes fecharam pelo menos seis avenidas de João Pessoa ao longo da manhã desta sexta-feira, mas às 12h todas elas já tinham sido liberadas, de acordo com informações da Semob.
Além disso, um outro ponto de intedição foi registrado no trecho de intercessão das BRs 101 e 230, próximo à saída de na direção de Natal e do interior. As pistas nas duas direções foram interditadas por manifestantes. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, as rodovias foram liberadas até as 10h.
Trechos interditados, mas liberados às 12h
- Av. Pedro II, no sentido para o Centro
- Via Expressa Padre Zé, nos dois sentidos
- Av. Cruz das Armas, na entrada do sentido Centro
- Av. Tancredo Neves, no Bairro dos Ipês, nos dois sentidos
- Parque da Lagoa, antes do Hiper Bompreço
Trechos sem bloqueio
- Viaduto do Cristo;
- Avenida Epitacio Pessoa;
- Avenida Beira Rio
- Na saída para o Rio Grande do Norte e para o interior da Paraíba, no entrocamento das BRs 101 e 230, manifestantes também fecharam uma das faixas. As interdições tiveram início por volta das 5h, quando os manifestantes fecharam as vias ateando fogo em pneus, e se encerraram por volta das 10h.
- No Centro de João Pessoa, manifestantes fizeram protesto em frente a lojas que abriram na manhã desta sexta. De acordo com testemunho de comerciantes, os manifestantes intimidaram e cobraram que os comerciantes que estavam trabalhando fechassem suas lojas. O diretor de marketing do Lagoa Shopping, Ricardo Oliveira, relatou que os manifestantes coagiram os comerciantes.
- “O shopping estava programado para seguir as atividades normais nesta sexta-feira, mas todo comércio foi coagido pelos manifestantes por volta das 8h e resolvemos não abrir por questões de segurança”, comentou.
Serviços paralisados
As agências bancárias em toda Paraíba estão fechadas nesta sexta-feira (28) porque os bancários aderiram à paralisação. Os Sindicato do Professores das escolas privadas de João Pessoa também anunciaram adesão à paralisação desta sexta. As escolas públicas também não vão ter aulas.
A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) determinou ponto facultativo, para que os servidores que escolherem participar da paralisação não tenham o ponto cortado.
Servidores da Justiça do Trabalho também participaram das manifestações, fazendo um ato público em frente ao edifício onde funciona o Fórum Trabalhista em João Pessoa. “Estamos protestando contra as reformas trabalhista e da Previdência porque entendemos que não é uma bandeira de um partido ou de um movimento, mas de toda a sociedade brasileira”, disse Paulo Maia, presidente da OAB-PB que participava da manifestação.
Posicionamentos
Em relação ao transporte público, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que os trens não estão circulando por medida de segurança, mas “esta decisão não implica na adesão da companhia ao movimento grevista”. O Sindicato do Transporte Urbano (Sintur) informou que não entrou com nenhum recurso jurídico contra a paralisação porque conta com o bom senso da categoria para que seja disponibilizado o mínimo constitucional do serviço.
A Câmara dos Dirigentes Lojistas de João Pessoa informou apenas que o comércio da cidade funciona normalmente durante todo o dia. Já a Federação das CDLs na Paraíba informou que o comércio varejista paraibano não aderiu ao movimento.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, houve uma adesão à paralisação, mas as unidades de saúde estão atendendo normalmente. O G1 tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas as ligações não foram atendidas.
Nas escolas, a Secretaria Estadual de Educação informou que a recomendação era de que as escolas funcionassem normalmente, mas todas elas aderiram à paralisação. A Secretaria Municipal de Educação informou que as escolas da rede municipal não tiveram aula nesta sexta-feira, atendendo a uma iniciativa do sindicato, mas não haverá sanção aos servidores que pararam. O Sindicato das Escolas Particulares diz que houve acordo com professores e paralisação foi liberada desde que haja reposição das aulas.
G1