A compra de R$ 238.250 em joias pagas com cheques sem fundo é o alvo de uma ação judicial contra a ex-prefeita do Conde, Tatiana Correia. De acordo com o processo, três dos quatro cheques usados para garantir o pagamento foram emitidos por pessoas envolvidas em outros negócios suspeitos da ex-prefeita.
A reportagem tentou entrar em contato com a ex-prefeita Tatiana Correa, mas as ligações não foram atendidas.
A gestão de Tatiana foi alvo de operação policial na quarta-feira (26). A ex-secretária de Finanças da cidade na época em que Tatiana foi prefeita, Andréa Soares da Silva, confessou que emprestou o nome para que a ex-prefeita comprasse um imóvel na cidade. A operação foi fruto de investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.
Os documentos reunidos no processo contra a ex-prefeita identificam que a compra feita a um comerciante de João Pessoa aconteceu em maio de 2014. Para o pagamento, foram emitidos quatro cheques em nomes de três pessoas diferentes. Apenas um deles, de R$ 37,5 mil, estava no próprio nome da ex-prefeita.
Os outros três foram assinados por colaboradores da gestão de Tatiabna. Dois deles, cada um de R$ 35 mil, foram assinados pelo ex-sub-procurador da cidade, Francisco Cavalcante Gomes. O quarto cheque, no valor de R$ 130.750, estava no nome de Daysiane Ferreira Sousa. Ela é esposa do homem suspeito de ser operador dos esquemas de lavagem de dinheiro na prefeitura, Clodoaldo Fernandes. O esquema é parte das investigações do Gaeco.
Ao saber que os cheques não tinham fundos, o vendedor cobrou o pagamento e, segundo relatado no processo, foi alvo de ameaças por isso. Ele contou em depoimento que Clodoaldo ameaçou prestar queixa de roubo dos cheques caso o vendedor tentasse lhe prejudicar. A ação judicial pede o pagamento total do valor das joias e mais R$ 50 mil por danos morais.
R$ 3 milhões em patrimônio sob suspeita
O alvo da operação realizada na quarta-feira era a ex-secretária, que teria ocultado cerca de R$ 3 milhões em patrimônio. Segundo o delegado do Grupo de Operações Especiais (GOE), Allan Murilo Terruél, Andrea Soares deixou claro que emprestou o nome dela para a compra de um imóvel por parte da ex-prefeita Tatiana. “Outras informações ainda vão robustecer as investigações em curso, principalmente aquelas que dizem respeito aos crimes de corrupção”, explicou o delegado.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades do Conde e João Pessoa. A casa, segundo Terruél, foi vendida há meses de maneira legal. Os novos moradores não são investigados na operação e contribuíram com o trabalho da polícia. Os novos moradores não são investigados na operação e contribuíram com o trabalho da polícia.
g1