Três acusados de matar a vendedora Vivianny Crisley, de 29 anos, em 2016, vão a júri popular, conforme decidiu a juíza Lilian Frassinetti Correia Cananea na audiência de instrução e julgamento desta segunda-feira (14). Allex Aurélio Tomas dos Santos, Fágner das Chagas e Jobson Barbosa vão ser julgados por homicídio qualificado. Ainda não há data para o júri e a defesa ainda pode recorrer.
A audiência aconteceu no Fórum Juiz João Navarro Filho, em Santa Rita. Foram ouvidas sete testemunhas de acusação e os três réus. Em seguida, o promotor de Justiça do caso, Onésimo César, e a defesa fizeram suas alegações.
Vivianny Crisley passou cerca de três semanas desaparecida, desde que foi vista saindo de um bar na Zona Sul de João Pessoa em 20 outubro de 2016. A confirmação de que um corpo achado no dia 7 de novembro carbonizado, em uma mata em Bayeux, na Grande João Pessoa, era de Vivianny foi feita no dia 14. Dois suspeitos foram presos no Rio de Janeiro e os demais na Paraíba.
À época em que foram presos e ouvidos, um dos suspeitos confessou que Vivianny Crisley foi morta porque começou a gritar após pegar uma carona com os três homens na saída do bar. A vendedora de 29 anos foi morta com vários golpes de chave de fenda, segundo perícia do Instituto de Polícia Científica (IPC). Os três réus respondem pelo crime de homicídio qualificado.
Relembre o caso
Segundo a polícia, Vivianny passou a noite do dia 19 de outubro em um bar no bairro dos Bancários, em João Pessoa, com uma amiga, em uma mesa, enquanto os três suspeitos estavam em outra mesa. “No final da festa, a amiga de Vivianny tentou chamar a jovem para ir embora, mas ela resolveu ficar. Minutos depois, de acordo com as imagens das câmeras do local, Vivianny Crisley saiu com Allex e outros dois colegas, Juninho e Bebé”, disse Reinaldo.
Na versão que Allex contou para o delegado, após sair do bar, os quatro foram para a cidade de Santa Rita, na Grande João Pessoa. “Allex diz que dormiu no meio do caminho e que acordou em um posto de gasolina. Quando ele acordou, ele pediu para o Juninho, que estaria dirigindo, o levar para casa. Após deixar Allex em casa, no distrito de Várzea Nova, os outros dois suspeitos e Vivianny seguiram no carro”, detalhou Reinaldo Nóbrega.
No depoimento, Allex disse que horas depois, Juninho e Bebé retornam à casa dele sujos de sangue e com o celular de Vivianny Crisley. “Eles deram o aparelho pra Allex e segundo ele, disseram: ‘Matamos a menina, porque ela estava gritando muito, pedindo pra voltar para casa'”, disse o delegado.
Ainda de acordo com a polícia, Allex contou no depoimento que os outros dois suspeitos tomaram banho e dormiram na casa dele e, no dia seguinte ao desaparecimento de Vivianny, a dupla ainda chegou a levar outras duas meninas e comprou bebida para uma festa na casa de Allex. “As famílias dos outros dois suspeitos dizem que eles chegaram a ir para casa no sábado, um dia depois do crime, mas que depois disso, nunca mais retornaram”, disse o delegado.
Os três suspeitos estão sendo indiciados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, segundo o delegado Marcos Paulo Vilela, superintendente regional da Polícia Civil. “A versão dada pelo suspeito preso bate com algumas informações que a gente tem, mas também pode ser completamente mentirosa. Só a prisão dos outros dois e o resultado da perícia vai nos dizer exatamente o que aconteceu”, disse Vilela.
G1 PB