Foi apresentada na segunda-feira (7) a denúncia contra Yuri Ramos Coutinho Nóbrega, que passa a ser oficialmente acusado de matar a namorada com um tiro de espingarda durante uma festa em João Pessoa no dia 23 de julho. Na denúncia, o Ministério Público também pediu a manutenção da prisão de Yuri, que já está em prisão preventiva desde o dia 24.
Luanna Alverga morreu após ser atingida na cabeça pelo tiro de espingarda disparado por Yuri durante a festa de aniversário do namorado, na casa dele, no bairro do Roger. O jovem se apresentou à Polícia Civil no mesmo dia e confessou o crime, mas defendeu que o tiro foi acidental e que achou que a espingarda calibre 22 estava sem munição.
Na denúncia, o promotor solicitou os laudos de exames realizados pelo perícia no corpo da jovem, toxicológico e da reconstituição. O processo foi distribuído para o 2º Tribunal do Júri da Capital e segue para a análise da juíza titular.
Arma tinha aparecido em foto
Em depoimento à Polícia Civil, Yuri explicou que o tio dele, apontado como dono da espingarda, havia comentado que os cartuchos estavam com defeito por serem antigos. Ele confessou que apontou a arma e puxou o gatilho, mas não esperava que ela estivesse com munição. A TV Cabo Branco teve acesso ao depoimento.
De acordo com o depoimento do namorado à polícia, Luana queria ir ao banheiro, mas o local estava ocupado. Os dois foram até o banheiro que fica no quarto do tio do suspeito, nos fundos da casa, onde estava guardada a espingarda. No quarto, o jovem pegou a arma para mostrar a Luana. Segundo o suspeito, uma semana antes do caso, ele havia enviado uma foto segurando a arma para a namorada.
Na ocasião, ele tinha explicado que a espingarda era para fazer a segurança da casa, porque vários assaltos estavam sendo registrados no bairro. Na versão do jovem, a ida ao quarto do tio acabou servindo também para mostrar a arma, tendo em vista que a foto enviada tinha sido tirada no local.
Yuri explicou ao delegado que investiga o caso, Joanes Eugênio, que o tio, além de informar que os cartuchos estavam estragados, tinha avisado que iria jogar fora. Não foi a primeira vez que ele manuseou a arma e em todas as vezes, a espingarda estava sem munições.
Suspeito serviu ao Exército
O advogado da família de Luana Alverga, Hilton Souto Maior Filho, explicou que Yuri havia servido o Exército durante um tempo. “Na versão dele o tiro foi acidental, mas ele serviu o Exército, sabia manusear a arma, pelo menos foi imprudente”, avaliou o advogado. Ainda de acordo com Hilton Souto Maior Filho somente a perícia e o exame cadavérico poderão apontar, de fato, se o tiro que matou a jovem de 20 anos foi acidental.