Foi determinado nesta quarta-feira (6) o levantamento de sigilo nos processos relativos a operação ‘Parcela Débito’, que investiga um esquema de desvio de dinheiro no Instituto Municipal de Previdência de João Pessoa (IPM-JP). De acordo com a decisão, do juiz Rodrigo Marques Silva Lima, titular da 6ª Vara Criminal de João Pessoa, o sigilo é necessário por causa da complexidade do caso.
A operação aconteceu no dia 24 e prendeu 19 pessoas suspeitas de fraudar R$ 25 milhões do IPM. Pelo menos doze deles são servidores públicos efetivos e parte deles atuava na Diretoria de Tecnologia da Informação do órgão. Segundo o delegado do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, Allan Murilo Terruel, mais de 300 pessoas vão ser ouvidas na sequência da primeira etapa da operação.
Segundo o Controlador Geral do Município, Severino Queiroz, o esquema começou a ser identificado em uma auditoria realizada no segundo semestre de 2016. Em novembro, o órgão avisou ao IPM para que o repasse indevido de recursos fosse bloqueado. Em um primeiro momento, um valor de R$ 300 mil foi bloqueado e uma auditoria no IPM foi aberta, de acordo com Diego Tavares, superintendente do IPM. Três ex-superintendentes do IPM de João Pessoa estão sendo investigados na “Parcela Débito”.
Contribuição da ‘Pão e Circo’
Os primeiros sinais de irregularidades na folha de pagamento do IPM foram detectados durante a Operação Pão e Circo, deflagrada em 2012, quando foram apreendidos contracheques de servidores e de pensionistas, cartões bancários em nome de servidores e documentos que comprovaram a utilização de cheques de aposentados e pensionistas do IPM. Todo o material estava na casa de um dos alvos da Pão e Circo.
Segundo o Ministério Público, na época houve registro de uso dos cheques dos aposentados e pensionistas do IPM para o custeio de despesas pessoais do investigado, inclusive para pagamento das chaves de um apartamento de um dos suspeitos no Bessa, em João Pessoa, sinalizando que as irregularidades eram praticadas há vários anos. Os investigados podem responder pelos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informações, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
G1