Um policial civil foi filmado exibindo uma arma em público, em ameaça a um repórter durante uma cobertura jornalística na sede do Núcleo Criminal do Ministério Público da Paraíba, no Centro de João Pessoa, na tarde desta quarta-feira (25). O delegado-geral da Polícia Civil informou que solicitou que a Corregedoria instaure um procedimento administrativo disciplinar para apurar o caso. O policial já foi identificado. A Associação Paraibana de Imprensa (API) cobrou punição.
O jornalista Albemar Santos, que trabalha em uma rádio e em um portal de notícias do estado, explicou que estava ao telefone, aguardando um entrevistado, e o policial chegou por trás, querendo ter acesso à entrada do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). “Por onde ele queria passar, eu teria que sair do meio. Em vez de ele chegar pedindo licença, ele chegou me empurrando”, relatou Albemar.
Inicialmente, ele explicou que achava ser um colega de imprensa brincando. “Mas ele voltou a executar essa ação inclusive de forma mais acintosa, com as duas mãos e inclusive falando alto, dizendo que estava querendo passar, para que eu saísse do meio. Eu disse que nao era assim que procedia, que ele tinha que pedir licença”, explicou.
Após o diálogo, os dois entraram em confronto físico. “Foi quando eu percebi que ele sacou uma pistola. Eu fiquei na linha de tiro por alguns segundos”, disse. O momento em que o homem exibe a arma em público foi registrado pela TV Cabo Branco.
O jornalista relatou que outros profissionais de imprensa tentaram intervir, alguns filmando e outros tentando evitar que ele sacasse a arma. “Mas ele conseguiu sacar a arma. Eu consegui me esquivar para sair da linha de tiro e, graças a Deus, não houve a execução do disparo”, lembrou o jornalista.
Em nota, o delegado-geral da Polícia Civil da Paraíba, João Alves de Albuquerque, afirmou que reprova a atitude do policial civil José Alves da Silva, lotado na 1ª Delegacia Distrital da capital, e já determinou a instauração de inquérito policial para apurar o ocorrido e adotar as providências cabíveis no âmbito criminal. João Alves também solicitou que a Corregedoria da Polícia Civil instaure o procedimento administrativo disciplinar e adote as providências que couberem para o caso.