Tramita na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) o Plano Municipal de Prevenção ao Suicídio, de autoria do vereador Damásio Franca (PP). O objetivo é identificar possíveis sintomas, tratar o transtorno e prover o acompanhamento de indivíduos que apresentem o perfil, minimizando a evolução dos quadros que podem chegar ao suicídio.
Nesta quinta-feira (19), o vereador defendeu a aprovação do projeto falando que cerca de 32 pessoas morrem por dia no Brasil vítima de suicídio. O parlamentar explicou que o Poder Público Municipal tem papel relevante para o tratamento desse transtorno, identificando possíveis sintomas, acompanhando e oferecendo possibilidades de recuperação aos que necessitam.
“Para se ter uma ideia, o suicídio é o responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo e atinge cerca de 1 milhão de pessoas por ano. Aqui em João Pessoa há vários relatos de suicídios principalmente envolvendo jovens, que é uma das grandes preocupações. Inclusive, a Promotoria da Saúde de João Pessoa vai criar um Grupo de Trabalho (GT) com o objetivo de desenvolver estudos, pesquisas e campanhas acerca da prevenção do suicídio”, comentou.
O vereador justificou que o suicídio é um ato complexo cuja causa mais comum é um transtorno mental e/ou psicológico que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas.
“Além de outros fatores, como dificuldades financeiras e/ou emocionais que também desempenham um fator significativo para evolução do quadro que pode vir a culminar com o indivíduo retirar a própria vida. É necessário fazer as famílias tratarem do assunto com neutralidade e com naturalidade: escolas devem levantar o debate; amigos e colegas de trabalho devem oferecer apoio, ao identificar alguém com sinais de quem pensa em cometer algum ato contra a própria vida”, explicou o vereador.
De acordo com dados do Mapa da Violência do Ministério da Saúde, o índice de jovens entre 15 e 29 anos que tiraram a própria vida aumentou 40% em 10 anos, sendo a quarta maior causa de morte entre esse grupo. Entre 1980 e 2010, segundo dados oficiais, mais de 195 mil pessoas se suicidaram no Brasil, o equivalente a 3 bombas atômicas, como a de Hiroshima.
“Diversos jovens sofrem em silêncio, e as famílias só ficam sabendo dos problemas depois que o fato está consumado. O assunto é sério e merece muita reflexão. Não há obviamente uma única razão que explique a angústia e o sofrimento intensos de quem decidira pôr fim à própria vida. Se o ato do suicídio parece violento para quem está observando de fora, imaginem os senhores a intensidade do desespero de quem decidiu fazê-lo.
O vereador finalizou o discurso dizendo que “precisamos quebrar o paradigma de que falar sobre esta epidemia pode aumentá-la. Precisamos enfrentar este assunto. Falar é a melhor solução. O tema suicídio não pode ser silenciado”, disse.