Após audiência de custódia, realizada nesta terça-feira (7) no Fórum Criminal Ministro Oswaldo Trigueiro, em João Pessoa, os suspeitos do ataque ao carro-forte na cidade de Cruz do Espírito Santo. Os quatro homens chegaram às 18h20 no presídio PB1, em Jacarapé. O juiz Adilson Fabrício Gomes tomou a decisão.
Ao todo, a polícia apreendeu os seguintes materiais: 1 Barret . 50, 3 pts Glock 9 mm, 1 pt Glock. 40 e 16 carregadores de pistola, 1 fuzil Ak 47, 2 Fal 7,62, 1 fuzil Famae7,62, 33 carregadores de fuzil, 6 emulsões e 1.824 munições. Para a PM, não foi surpresa que a quadrilha estivesse tão bem armada.. Além disso, parte do dinheiro roubado foi recuperado, assim como um veículo que teria sido levado durante a fuga.
Após serem capturados, os suspeitos foram conduzidos para a Delegacia da Polícia Civil, do Grupo de Operações Especiais (GOE), em João Pessoa, onde ficaram até o início da tarde desta terça-feira.
Ação policial
Os envolvidos na operação que resultou na prisão de uma quadrilha que atuava em ataques a carros-fortes concederam entrevista à imprensa nesta terça-feira (7), na sede do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil.
Eles são suspeitos de explodir um veículo de transporte de valores na manhã da segunda (6), na BR-230, na entrada da cidade de Pedras de Fogo. Dois vigilantes ficaram feridos e foram socorridos para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena.
Depois disso, os bandidos abandonaram o carro usado para a fuga em um canavial. A fumaça ajudou a polícia a encontrar o veículo, que havia sido incendiado.
“Recebemos a informação de um que um veículo foi roubado nas proximidades. Então nos deslocamos ao local e coletamos as informações do proprietário do carro e iniciamos as diligências. Fomos até Lucena, montamos a operação com todo o efetivo, fizemos uma aproximação das patrulhas na residência e já fomos recebidos por uma intensa quantidade de disparos contra as guarnições. Tivemos que reagir e começou a troca de tiros que durou mais de uma hora”, explicou o capitão Bruno, comandante da 1a Companhia do Choque de João Pessoa.
E seguiu esclarecendo: “Eles viram que o policiamento que estava no local estava preparado para reagir à agressão e que nós não íamos cessar até realizar a prisão deles. Nosso objetivo era manter a crise instalada naquele local, para que eles não fugissem e colocassem em risco pessoas civis da localidade. Uma hora depois, eles pararam as agressões e nós iniciamos as negociações com o efetivo do Gate, especialista em situações críticas.
O capitão explicou que o efetivo da PM também possuía armas de grosso calibre para revidar às agressões. “Nós conseguimos a rendição deles. Entregaram as armas, saíram. Nós estávamos em superioridade numérica. Nós também tínhamos fuzis de diversos calibres em nosso efetivo do choque. Éramos quase 30 policiais treinados, capacitados e com coragem. De forma nenhuma podemos dizer que eles estavam em superioridade numérica”, disse.
Exigências dos suspeitos
Os quatro suspeitos fizeram algumas exigências para a rendição. “Algumas nós conseguimos conceder, outras não. Eles solicitaram a presença da imprensa, que é algo corriqueiro, solicitaram advogados, então nós autorizamos. E a presença de um familiar de um dos acusados”, revelou o militar.
Todos os suspeitos são da Paraíba, das cidades de Campina Grande, Bom Sucesso, Pombal e Boqueirão. Eles têm 24, 29, 31 e 34 anos. A polícia acredita, contudo, que eles têm envolvimentos em crimes praticados em outros estados.
Apenas um deles já tinha 4 mandados de prisão em aberto, inclusive do Sul e Sudeste. O grupo atuava em diversos estados do Nordeste. Eles irão responder pelos crimes de tentativas de homicídio, porte ilegal de arma, uso de armas restritas, roubo ao veículo, uso de carro clonado, entre outros. “Pelas ações que eles praticaram, a nossa expectativa é que eles sigam para o presídio, pois trata-se de uma quadrilha com uma ramificação muito grande e que possuíam armas de alto poder de fogo”.
Quanto ao carro-forte, os criminosos não conseguiram levar nenhum valor. Eles, contudo, estavam com a quantia de R$ 3 mil reais que pertencia ao proprietário de uma Saveiro, usada pelo grupo na ação.
“No final, a técnica e a coragem prevaleceram. Deus nos ajudou e nós conseguimos resolver a situação”, esclareceu o capitão Bruno, comandante do Choque.
Com T5