Uma parada cardiorrespiratória causou a morte de Francisco Izidoro, presidente da Associação de Deficientes e Familiares (Asdef), por volta das 19h30 desta sexta-feira, 19. Ele estava em casa no momento em que se sentiu mal e a informação de seu falecimento foi divulgada por amigos através do WhatsApp.
O velório de Izidoro será realizado na Central Rosa de Saron, em Jaguaribe, de 12 às 16h e o enterro ocorrerá neste domingo em São Mamede, sua cidade natal.
Amiga de Izidoro e ex-secretária de Desenvolvimento Social da Prefeitura de João Pessoa, Douraci Vieira disse que Izidoro estava deprimido desde a deflagração da Operação Belerofonte. “Ele teve consciência de que não acertou na gestão da associação, mas isso não aconteceu por má fé ou corrupção. Mesmo assim, ele foi muito exposto e ficou muito envergonhado. Além disso, Izidoro não cuidava muito da saúde e não sabia, mas tinha problemas cardíacos. Ontem, foi um dia extremamente difícil para ele porque uma assembleia da Asdef decidiu pelo fechamento das portas e pela distribuição dos bens. Fizemos isso ontem e isso causou muita dor nele, que passou mal várias vezes, mas nos disse que deveria ter sido algo que ele havia comido”.
Na quinta-feira, Izidoro havia sido encaminhado ao Hospital da Unimed por causa de desconfortos. O especialista de plantão detectou uma alteração nos batimentos cardíacos, que estavam muito altos. Ele foi levado à área vermelha e depois à “semi-UTI”, tendo sido liberado para um apartamento depois da realização de exames. O paciente, contudo, alegou que sentia claustrofobia e preferia ficar em casa. O médico, portanto, diante de um quadro de esgotamento nervoso, entendeu que Izidoro poderia se sentir melhor em casa e o autorizou a voltar para sua residência, em Tambauzinho, com a recomendação de procurar o hospital, que ficava perto de onde mora o paciente, a qualquer sinal de mal estar.
Ele voltou a se sentir mal, mas não procurou o hospital. Às 19h30, Izidoro teve a parada cardiorrespiratória e foi levado às pressas ao Hospital da Unimed, onde não pôde ser reanimado.
Manchetes negativas – A mensagem de WhatsApp compartilhada por amigos de Izidoro se refere a denúncias contra a Asdef. O dirigente foi posto sob suspeita por ameaças a pessoas portadoras de necessidades especiais, não pagamento de direitos trabalhistas, apropriação de valor alheio, uso de documentos falsos e também possível lavagem de dinheiro. Além de Izidoro, Mércia Alves, tesoureira da associação também foi incluída na investigação da Operação Belerofonte, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), em atuação conjunta com a Delegacia especializada no combate ao crime organizado (Deccor).
A investigação começou após um relatório da gerência de controle interno do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), que identificou a incompatibilidade da documentação exigida de regularidade fiscal e trabalhista intrínsecas ao contratado durante a execução do contrato.
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