As jovens Emília e Eunice namoram há um ano e vão comemorar o primeiro ano de relacionamento de forma especial: elas fazem parte do grupo formado por 33 casais que oficializarão a união no próximo dia 24 de janeiro, no casamento coletivo LGBTQI+ realizado pela Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB) e o Movimento Social de Defesa dos Direitos das Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer, Intersexo e Mais.
A cerimônia vai ser realizada no Teatro Paulo Pontes (Espaço Cultural José Lins do Rego), a partir das 19h, pelo juiz de paz Romero Feitosa. Entre os noivos, estão casais que residem em João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Conde, Sapé e Guarabira.
O defensor público-geral da Paraíba, Ricardo Barros, explica que além de consolidar direitos civis dos casais homoafetivos, o casamento coletivo promovido pela DPE-PB concretiza o sonho de casais que não têm dinheiro para custear as despesas cartoriais. “Com o casamento civil, esses casais passarão a ter mais garantias no que diz respeito ao direito a herança, previdenciário, alimentos e partilha de bens. Além disso, o casamento representa um sonho para duas pessoas que se amam e é muito gratificante para a DPE fazer parte desse sonho”, ressaltou o defensor geral.
A coordenadora da Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos, Remédios Mendes, afirma que a Defensoria está atenta as reivindicações dos movimentos sociais: “Sobretudo da população LGBTIQI+, que ora tem sofrido ataques e ameaças de retrocesso nos direitos conquistados com luta por gerações”, ressaltou. Para a defensora pública, o casamento não só é a garantia dos direitos civis, mas a afirmação de que todos são iguais indistintamente. “Nossa humanidade não pode ser suplantada por preconceitos e discriminação. Somos, além de nossa sexualidade, pessoas, somos humanos e nossa dignidade tem que ser afirmada”, completou Remédios.
FORTALECIMENTO – Para a psicóloga e marceneira Emília Danila, de 23 anos, a união civil com a mulher com quem vive há quase um ano representa o fortalecimento do casal. “Nós nos unimos para nos fortalecer. Estamos muito empolgadas e muito gratas pela oportunidade. É muito bacana fazer parte desse ato, que também é político, realizado de forma muito organizada e dividindo esse momento com outros casais. Todo mundo tem se ajudado nesse processo e a Defensoria Pública está de parabéns, nos atendeu muito bem e tratou a todos de forma muito respeitosa”, contou Danila.
CONSOLIDAÇÃO DE DIREITOS – Para os representares do Movimento LGBTQI+ envolvidos na organização do evento, é importante que, “diante da atual conjuntura do país, de ameaças a retirada de direitos e conquistas da população, os casais façam jus a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu em 2014 a união estável entre casais do mesmo gênero”. com t5