O médico e ex-deputado federal e estadual Pedro Lucena morreu nesta segunda-feira (04), em Natal, aos 97 anos. Ele estava doente deste dezembro de 2017 com problemas renais e respiratórios, com várias idas ao hospital durante esse período. Faleceu dormindo devido ao quadro gravemente debilitado. O enterro ocorrerá às 9h desta terça-feira (5) no Cemitério Parque de Nova Descoberta, Rua da Saudade.
O ex-deputado era viúvo, deixa cinco filhos, treze netos e nove bisnetos. Foi casado com Maria das Neves Andrade de Lucena, Dona Nevinha, que teve uma atuação marcante na política do RN, como a primeira mulher suplente no Senado do Brasil.
Biografia
Nascido em Pirpirituba (PB), em 23 de outubro de 1921, Dr. Pedro Lucena mora na capital potiguar desde a década de 50. Foi deputado estadual por duas legislaturas, de 1963 a 1970 e deputado federal por três, de 1971 a 1982.
Aos dezessete anos, por iniciativa própria, ingressou na Marinha como aprendiz de Marinheiro. Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, tinha apenas dezoito anos, e já como Marinheiro, participou dela desde seu início até o final. Na Marinha, ocupou várias funções como combatente, entre elas: telemetrista, artilheiro e chefe de canhão, telefonista de combate, rádio telegrafista.
Na Câmara Federal ocupou o cargo de Presidente da Comissão de Saúde e Suplente da Comissão de Serviço Público. A imprensa nacional citou-o várias vezes como um dos melhores parlamentares da Câmara Federal. Foi o autor de diversos projetos, destacando-se entre eles o projeto contra o fumo, com o livreto “Os perigos do fumo”. Foi, ainda, autor dos projetos da participação da mulher nas Forças Armadas e arborização intensa das cidades com árvores frutíferas.
Antes de entrar para a política foi na medicina que ele encontrou sua paixão. Formou-se pela Universidade Federal de Pernambuco e foi médico dos correios e telégrafos. Também foi um dos pioneiros do corpo docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Como médico, escreveu seu primeiro livro “A Medicina e a Bíblia” com cinco mil exemplares vendidos na primeira edição. Foi na capital potiguar que ele conseguiu popularidade na medicina e era conhecido como médico da pobreza. Nos últimos anos do curso de Medicina, foi convidado por seu professor, o renomado dermatologista Jorge Lobo, para fazer estágio em seu consultório, convidando-o também para trabalhar com ele como professor assistente de dermatologia na Universidade Federal de Pernambuco. Foi também designado pelo então governador Dinarte Mariz como chefe do Serviço de Lepra, que funcionava no antigo Posto de Saúde da Junqueira Ayres.
Ainda trabalhando no Serviço de Lepra, foi convidado pelo reitor Onofre Lopes para ser professor de dermatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tornando-se, assim, parte do quadro docente de seus fundadores.
Adquiriu o primeiro aparelho de radioterapia em consultório em Natal, tendo desta forma a oportunidade de curar muitas pessoas de câncer de pele e várias dermatoses.
Foi convidado pelo então presidente dos Estados Unidos, Gerald Ford, para participar do Encontro Internacional do Movimento de Liderança Cristã do qual era membro, sendo recepcionado por ele com um café da manhã.
Recebeu convite do embaixador da República Federal da Alemanha, para uma visita neste país, ao Ministério da Juventude, Família e Saúde da República Federal da Alemanha.
Também foi convidado pelo Governo da China, onde visitou muitas indústrias e instituições educacionais em várias províncias.
Desde sua juventude, destacou-se como um cristão autêntico e um estudioso assíduo da Palavra de Deus, o que veio a culminar com a publicação do livro “A Medicina e a Bíblia” e no desempenho como palestrante cristão-ecumênico, pautado na Palavra de Deus e na Medicina.
Em setembro de 2015, lançou seu último livro contendo sua autobiografia: “Eu, Pedro Lucena – O homem é o que quer ser”.
Assessoria