A ex-secretária de Administração da Paraíba, Livânia Farias, teve a prisão preventiva mantida durante audiência de custódia realizada no começo da tarde desta segunda-feira (18), na Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), em João Pessoa.
Conforme decisão do juiz Adilson Fabrício, Livânia vai permanecer recolhida na 6ª Companhia da Polícia Militar em Cabedelo, na Grande João Pessoa.
Ele explicou ainda que ela está proibida de receber visitas de qualquer pessoa, a não ser de parentes de primeiro e segundo grau e dos advogados. Nenhuma autoridade política poderá visitar a ex-gestora, que terá escolta feita apenas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Prisão
A ex-secretária de Administração da Paraíba, Livânia Farias, foi presa na tarde de sábado (17), no aeroporto Castro Pinto, na Grande João Pessoa, quando chegava de Belo Horizonte (MG), onde estava em viagem com a família.
Ela é suspeita de corrupção por envolvimento no que o Ministério Público classifica como organização criminosa, envolvendo a Cruz Vermelha, Organização Social que gerencia hospitais no Estado. Ela foi levada para a 6ª Companhia da Polícia Militar.
Após a prisão, a Justiça decretou o bloqueio de bens da ex-secretária, por meio de decisão que veio em conjunto com o mandado de prisão. Entre os bens bloqueados estão uma casa comprada no município de Sousa no valor de R$ 400 mil e um carro de luxo, uma BMW. Além disso, foi determinado o sequestro de todos os veículos que estiverem no nome da ex-gestora.
Depois que Livânia foi presa, o Estado divulgou uma nota afirmando que a prisão “causou estranheza”. No mesmo texto, foi incluída uma carta assinada por Livânia, na qual ela pede exoneração do cargo e diz ter sido “supreendida” com a prisão.
Adjunta assume
No lugar de Livânia, assume a secretária adjunta da Pasta, que agora passa a ser titular, Jaqueline Fernandes Gusmão. A definição, assim como a exoneração de Livânia, será publicada nesta terça-feira (19) no Diário Oficial do Estado. O governador João Azevedo ainda não informou se ela vai permanecer no cargo de forma definitiva ou se outra pessoa será escolhida para comandar a secretaria posteriormente.
Operação Calvário
As investigações da Operação Calvário são conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e pela Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e Improbidade Administrativa (CCRIMP), do Ministério Público da Paraíba (MPPB).
A Operação Calvário apura a atuação de uma organização criminosa responsável por desviar R$ 1,1 bilhão a partir de fraudes em contratos firmados junto à unidades de saúde. Corrupção, lavagem de dinheiro e peculato estão entre os crimes praticados pela quadrilha.