A polícia prendeu nesta terça-feira (5) o segundo suspeito de deixar um jovem paraplégico em um crime homofóbico durante o revéillon. A Prisão foi efetuada na manhã desta terça-feira (5) na cidade de Baía da Traição, no Litoral Norte da Paraíba. Para o delegado do caso, o crime foi cometido por homofobia.
O caso que aconteceu durante um tiroteio deixou Luciano dos Santos Silva, de 22 anos, paraplégico.
Ismael Soares de Lima foi preso pela Polícia Civil suspeito de tentativa de homicídio. O primeiro suspeito, Ramon Mendes do Nascimento de 26 anos, havia sido preso no dia 27 de fevereiro.
De acordo com o delegado Walter Brandão, responsável pelo caso, com a prisão dos dois suspeitos, o inquérito foi concluído e remetido à Justiça. Ainda segundo o delegado, ficou confirmada a motivação homofóbica do crime. “Ficou caracterizada a motivação homofóbica deste crime tentado de homicídio. A vítima foi ferida a tiros somente pelo fato de ser homossexual”, destacou o delegado.
O crime foi relatado pela vítima nas redes sociais. Luciano Santos, de 22 anos, natural da cidade de Areia, foi vítima de vários tiros durante uma festa de Réveillon em Baía da Traição e precisou ser socorrido ao Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, de onde recebeu alta no dia 13 de janeiro.
“Constatamos a participação dos dois suspeitos em outros crimes contra a vida. Com a prisão dos dois concluímos o inquérito policial”, explicou o delegado Walter Brandão. Assim como na prisão do primeiro suspeito, Ismael de Lima foi preso em cumprimento de mandado de prisão.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, no momento da prisão, Ismael Soares de Lima quebrou o próprio celular como uma forma de apagar qualquer prova ou prejudicar o trabalho de investigação da Polícia Civil. “Graças a um trabalho integrado entre as delegacias do Litoral Norte da Paraíba, acreditamos que obtivemos provas suficientes para que os presos sejam condenados”, concluiu.
Entenda o caso
De acordo com o relato da vítima, confirmado pela Polícia Civil, ele estava em uma festa de réveillon, na praia de Baía da Traição, quando resolveu ir até o banheiro e chamou um amigo para acompanhá-lo. No trajeto entre a festa e o banheiro, Luciano contou que foi vítima de “ofensas preconceituosas de um indivíduo desconhecido acompanhado de uma mulher”.
O amigo que estava com Luciano respondeu algumas ofensas e, para tentar encerrar a discussão, Luciano insistiu que o amigo saísse do local e fosse com ele até o banheiro. “Fomos até o banheiro, ficamos conversando um pouco e, no momento de voltar para onde estávamos durante a festa, um outro indivíduo que aparentemente conhecia o agressor verbal, chegou atirando”, contou. “Foi mais um típico e absurdo caso de homofobia, onde fomos tachados de ‘bixinhas’ por estranhos”, escreveu.
O crime resultou numa tentativa de homicídio. Luciano foi atingido pelos disparos e o amigo dele também, mas de raspão. Luciano Santos foi levado para enfermaria do Hospital de Trauma de João Pessoa onde ficou sob atendimento até o dia 13 de janeiro. Os tiros atingiram à medula de Luciano Santos, que ficou paraplégico.