Já está na Penitenciária Flósculo da Nóbrega, o Presídio do Roger, em João Pessoa, Ramon Mendes do Nascimento, 26 anos. Ele foi preso na quarta-feira (27) suspeito de atirar em Luciano dos Santos Silva, de 22 anos, que ficou paraplégico depois de uma tentativa de homicídio na noite de réveillon, em Baía da Traição, Litoral Norte da Paraíba. A Polícia Civil confirmou que o crime teve conotação homofóbica e Ramom já responde a pelo assassinato e um outro homossexual.
Segundo o delegado Walter Brandão, titular da Polícia Civil no Litoral Norte, Ramon foi preso após denúncia anônima informando que ele estava na cidade de Guarabira, no Brejo paraibano. Policiais da guarnição do Comando do 4º BPM, Rotam e Rádio Patrulha, foram ao local e fizeram a prisão do suspeito.
“Contra ele havia um mandado de prisão expedido pela Comarca de Rio Tinto. Ramom já um velho conhecido nosso e já tinha sido preso em 2014 durante a Operação Loki, acusado de ter matado um homossexual, também por conotação homofóbica”, falou o delegado.
Luciano ficou paraplégicoCrime
Luciano Santos natural da cidade de Areia, foi vítima de vários tiros e precisou ser socorrido ao Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, de onde recebeu alta no dia 13 de janeiro.
A vítima relatou em uma rede social que estava com um grupo de amigos na praia onde acontecia a festa quando resolveu ir ao banheiro.
“Poucas horas depois do ano ter recomeçado e durante as comemorações resolvi ir ao banheiro público e chamei um dos meus amigos para me acompanhar. Nesse trajeto entre o local da festa e o banheiro fomos bombardeados por ofensas preconceituosas de um indivíduo desconhecido acompanhando de uma mulher. O meu amigo que me acompanhava resolveu voltar e responder aquelas ofensas e para evitar discussões tentei encerrar a discussão verbal entre os envolvidos insistindo para que meu amigo fosse até o banheiro comigo”, comentou Luciano.
Ainda segundo a nota publicada por Luciano, “fomos até o banheiro, ficamos conversando um pouco e no momento de voltar para onde estávamos durante a festa um outro indivíduo que aparentemente conhecia o agressor verbal chegou atirando, o que resultou numa tentativa de homicídio onde eu fui vítima de arma de fogo, assim como meu amigo foi atingindo de raspão no dedo da mão”, disse.
“Foi mais um típico e absurdo caso de homofobia, onde fomos tachados de “bixinhas” por estranhos e a resposta à ofensa vitimou inocente. Não sei os motivos que levam e levaram pessoas a agirem assim por qualquer que seja o motivo, mas espero que um dia a paz vença a guerra para que viver seja só festejar. Violência gera violência! Estou me recuperando dos danos sofridos com cuidados em saúde. Em breve estou de volta”, desabafou Luciano Santos.
PB HOJE