O vereador Malbatahan Pinto Filgueiras Neto é investigado por corrupção com uso de funcionários laranjas e fantasmas na Câmara Municipal do Conde. Pelo menos três pessoas denunciaram o vereador à Polícia Civil.
O vereador negou que estivesse envolvido em qualquer esquema ou que tenha recebido parte de salários dos servidores. Malbatahan desafiou qualquer pessoa a provar que ele esteja envolvido.
Segundo um morador da cidade, o vereador deu R$ 700 para ele no período eleitoral, mas pediu o dinheiro de volta quando soube que ele votaria em outra pessoa. No entanto, como ele já tinha gasto R$ 350, devolveu apenas o restante.
Já uma mulher que trabalhou durante a eleição para Malba contou que, depois, foi convidada para trabalhar na Câmara como assessora, sob a condição de que ficaria com R$ 400. Ela afirmou que ficou contratada por cerca de quatro meses e então pediu demissão. Nesse período ela não recebeu ou endossou cheques e recebia a quantia em dinheiro, diretamente do vereador.
Um outro ex-assessor do parlamentar afirmou que tinha que dividir o salário com outros cabos eleitorais do vereador, que ia buscar o dinheiro na casa dele. No fim de 2018, ele pediu para sair do cargo. Quando a investigação se tornou pública e ele foi chamado para depor, foi procurado pela mulher e por um assessor de Malba.
No mês passado a investigação da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil de João Pessoa apontou que um vereador da cidade, Fernando Araújo, contratava funcionários fantasmas e ficava com a maior parte dos salários dos servidores.
O advogado de defesa do vereador Fernando, Wargla Dore, informou que o vereador está colaborando com a polícia e que deu entrada em uma petição, na Vara do Conde, para que o cliente possa fazer uma delação premiada, mas ainda aguarda retorno.
Fernando Araújo confessou que a prática era comum e que, desde 2017, fez isso com pelo menos cinco assessores, e que em alguns casos, ele mesmo pegava na Câmara Municipal os cheques nominais para o pagamento dos assessores e depois depositava na própria conta. Para isso, endossava os cheques, falsificando a assinatura dos assessores.
O tesoureiro da Câmara declarou que, às vezes, eram os vereadores que retiravam os cheques e que em outras eram os assessores.
O delegando Terruel afirma que a forma como esse pagamento era feito não permitia um controle sobre quem retirava ou quem ficava com o dinheiro.
A Polícia Civil segue investigando.