O início do ano é caracterizado por ser um período chuvoso e que facilita o surgimento de doenças. Uma, em específico, tem chamado bastante atenção por causar dores abdominais e diarréia. Ela é conhecida popularmente como virose da mosca e tem esse nome por conta do crescente aparecimento de moscas.
O biólogo Alessandre Covalite esclareceu que a presença de moscas independe da época do ano. “Como em João Pessoa não há sazonalidade acentuada em relação às estações do ano, a presença de moscas independe disso. O que influencia no número de moscas, aumento ou diminuição, é tão somente a oferta de ambientes propícios para sua proliferação”, explicou..
A doença
A doença é caracterizada por uma infecção do trato gastrointestinal (Gastrenterite), transmitida pelo consumo de alimentos que tiveram contato com a mosca (Musca Domestica Linnaeus).
O médico infectologista Jaime Araújo explica que ‘virose’ é o termo popular para designar a doença, mas nem sempre o problema pode ser causado somente por vírus.
“A virose da mosca, não é propriamente uma virose, mas pode ser uma doenças virais ou bacterianas, causas pelo ato da mosca pousar em lugares contaminados e em seguida nos alimentos”, disse o médico.
Ele ainda falou que não são apenas as moscas responsáveis pela transmissão de doenças. O contágio acontece principalmente através da contaminação de alimentos e água, o que pode acontecer através das mãos das pessoas ou de insetos que transportem microrganismos.
Segundo o infectologista, os sintomas são semelhantes a de outras viroses em geral, como febre, dor no corpo, coriza, moleza e ardência nos olhos. Além de apresentar quadros de desconforto abdominal, vômito, diarréia e desidratação em casos mais graves.
Lizandra Lira, de 40 anos, comerciante, já teve a doença e contou quais os desconfortos. “Achei que fosse infecção intestinal, tive dor de cabeça, diarréia forte e muita cólica, cólicas que pareciam de uma grávida, passei três dias assim.
Depois mais duas pessoas da minha família que moram comigo tiveram os mesmos sintomas”, relatou Lizandra.
Tratamento
Para o tratamento, se for viral, os sintomas são mais brandos e costumam desaparecer em até cinco dias. Se for bacteriana, os pacientes ficam mais debilitados e com quadros mais intensos de febre alta e diarréia.
É preciso ter cuidado especial com as crianças, que ainda estão em processo de fortalecimento da imunidade e por isso sofrem mais. O principal risco é de desidratação. Os pais devem ficar alerta com os primeiros sintomas e dar sempre bastante líquido às crianças.
A Secretária de Estado da Saúde da Paraíba, pela assessora Flaviana Maribondo, alerta que para prevenir, é preciso manter a higiene do ambiente e dos alimentos, evitar lixeiras próximas a fogões, pias e geladeiras.
Ela explica ainda que não se deve deixar acumular lixo mais de quatro dias em casa; lavar o fundo do recipiente onde é colocado o lixo com água sanitária uma vez por semana; evitar deixar a comida exposta; não comer comida que esteve em contato direto com moscas; além de colocar redes contra moscas e mosquitos nas janelas e usar mosquiteiro para dormir, especialmente no caso dos bebês.
A secretária ainda alertou que para ter o diagnóstico da doença, deve-se procurar uma Unidade Básica de Saúde ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima.
Portal Correio