Acidentes domésticos ocasionados por escorpiões são mais comuns do que se parece. Só em João Pessoa, até o dia 4 de agosto deste ano, a Vigilância Epidemiológica da Capital, notificou 1.152 acidentes provocados por este tipo de animal peçonhento. A médica Mariana Viana, afirma que este tipo de acidente é o de maior notificação no Brasil e fala sobre os sintomas apresentados por uma pessoa acometida pela picada do animal. “Inicialmente há o desenvolvimento de manifestações locais com dor de instalação imediata e que dura até 24 horas”, afirma.
A médica, que integra a equipe do Hapvida, explica que a maioria dos casos evolui de forma benigna e não necessita de soroterapia. Apenas uma pequena parcela das vítimas pode evoluir com manifestações sistêmicas como vômitos, sudorese, tremores, espasmos musculares, prostração, convulsões, taquicardia, entre outros. No caso de crianças e idosos, Mariana Viana ressalta que os riscos são elevados em crianças menores de 14 anos, especialmente as de 10 anos. “Isso pela questão da exposição e vulnerabilidade, bem como, pelos fatores de gravidade, que são ausência de dor no local, sonolência e demora para buscar o atendimento hospitalar”, afirma.
Sendo assim, a especialista orienta algumas medidas importantes para minimizar os riscos tanto para as crianças quanto para idosos. “Examinar roupas, inclusive de cama, calçados, toalhas de banho e rosto, panos de chão e tapetes antes do uso, manter berços e camas afastados, no mínimo 10 cm das paredes e evitar que mosquiteiros e roupas de cama arrastem no chão. Além de tomar cuidado especial ao encostar em locais escuros e úmidos com possível presença de baratas”, norteia a médica que acrescenta que qualquer ambiente que seja úmido, escuro e que tenha insetos pode favorecer a proliferação do escorpião.
Apesar de tomar todas as medidas, se o indivíduo ainda vier a se acidentar com a picada de escorpião a recomendação é lavar o local atingido com água, sabão e buscar orientação médica de imediato. “A maioria dos pacientes apresentam apenas um quadro clínico autolimitado, necessitando de tratamento sintomático. Porém, essa decisão compete ao profissional médico, que tem um olhar clínico treinado para melhor conduzir a situação”, reforça.
Medidas Preventivas – Seja em tempos de chuva ou sol, Mariana Viana alerta que medidas devem ser tomadas para minimizar as possibilidades de acidentes envolvendo este tipo de animal. “As medidas de controle e manejo populacional de escorpiões baseiam-se na retirada/coleta do animal (sendo este realizado pelo Ibama) e modificações do ambiente a fim de torná-lo desfavorável a ocorrência. Alguns exemplos são: rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas, vedar soleiras de portas com rodos de borracha, telar as aberturas de ralos, pias e tanques; manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados”, exemplifica.
Além disso, ela sugere manter limpos quintais e jardins, não acumular folhas secas e lixo domiciliar, não jogar lixo em terreno baldio, manter fossas sépticas bem vedadas, evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões.