O relatório preliminar do inquérito sorológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES) aponta que 9,3% dos paraibanos já foram infectados pelo novo coronavírus. Os dados da pesquisa nomeada de ‘Continuar Cuidando’ foram divulgados nesta segunda-feira (7). Ela é feita com o objetivo de gerar informações sobre o cenário epidemiológico da Covid-19 na Paraíba.
Conforme dados obtidos pelo ClickPB, a estimativa vem dos testes realizados nas pessoas entrevistadas, nos quais foi identificado o anticorpo IGG. Este e outros dados estão no documento, que divulga os resultados do primeiro mês de coleta, ocorrido no período de 3 a 27 de novembro.
O relatório traz os dados sobre as estimativas das prevalências e dos números de pessoas, referentes aos resultados do teste rápido (IGM e IGG). Essas informações estão separadas por grupos de variáveis, que são: Socioeconômicas (sexo, idade, renda, macrorregião de saúde, trabalho, escolaridade, renda); Hábitos de Higiene/Proteção (se saiu de casa, uso de máscara, uso de álcool); e comorbidades (diabetes, hipertensão, doença no coração, obesidade, outra doença crônica).
De acordo a pesquisa, a 1ª Macrorregião de Saúde concentra a maior ocorrência de casos de Covid-19, com 12,9%. Enquanto a 2ª Macro aparece com 4,8% e a 3ª com 6,8%. Com relação ao sexo, 10,5% das mulheres paraibanas já foram infectadas e 7,8% dos homens tiveram o agravo. Com relação à faixa-etária, a que apresenta maior prevalência é a de 0 a 11 anos, com 16,8%, seguida da de 50-59 anos, com 9,6%, e da mais de 60 anos, com 8,9%. A faixa-etária de 20 a 49 anos apresentou uma prevalência de 8% e a de 12 a 19 anos, de 7,5%.
Sobre a condição de trabalho, a pesquisa aponta que a prevalência do anticorpo IGG do teste rápido mais alta está nas pessoas que estão fora do mercado de trabalho, não trabalham e não procuram ativamente por trabalho, com 9%. A população que tem trabalho regular ou com horário fixo aparece com 8,9%. Já o grau de escolaridade, 10,4% das pessoas sem estudos ou com até o 4ª ano do ensino fundamental já tiveram contato com o vírus, enquanto 8,1% possuem ensino superior completo. Por sua vez, os dados segundo faixa de renda apontam que o grupo de pessoas que ganham entre 2 e 5 mil reais apresentam maior porcentagem de anticorpo IGG, com 11%. A investigação mostra que a prevalência do vírus na população que ganha até mil reais é de 8,3% e a das pessoas que ganham mais de 5 mil reais é de 7,4%.
Segundo variáveis relacionadas aos hábitos de proteção e higiene, 13,8% das pessoas que já foram infectadas nunca usaram máscara e 10,8% nunca usaram álcool. Os dados apontam também que 10,3% saíram de casa entre 3 a 5 dias na semana e 8,3% saíram de casa quase todos os dias (entre 6 e 7). É importante lembrar que as medidas mais eficazes para barrar o vírus são: distanciamento social, uso de máscara e lavagem das mãos com água e sabão, ou o uso do álcool 70%.
Dos dados relacionados às pessoas que foram infectadas e possuíam comorbidades, 22,7% delas eram obesas, 13,9% eram portadoras de diabetes, 10,6% eram hipertensas, 10,1% possuíam doença no coração e 10,9% possuíam outras doenças crônicas.
Analisando o relatório dos resultados do primeiro mês de coleta da pesquisa, o secretário executivo da Saúde da Paraíba, Daniel Beltrammi, afirma que a chegada de uma vacina é fundamental e que, enquanto ela não chega, a população precisa intensificar as medidas de proteção. “Com esses números observamos que a produção de imunidade que não seja por meio de uma vacina, vai fazer com que nós tenhamos internações, sofrimento, mais vidas perdidas. O grande recado é que a Paraíba está com uma prevalência, pelo menos até este momento da leitura do primeiro mês da pesquisa, perto da mundial. A tarefa agora é proteção, vacina e organização dos próximos meses do nosso plano de contingenciamento”, pontua.
A pesquisa Continuar Cuidando da Paraíba é uma iniciativa do Governo do Estado da Paraíba com o Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba, intermediada pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba, cuja coleta de dados foi realizada pela Sociedade para o Desenvolvimento da Pesquisa Científica – Science. Já a aplicação dos testes (rápido e RT-PCR) foi realizada por profissionais de saúde da Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba.