A representação da Interpol na Paraíba, que é formada por policiais federais brasileiros, prendeu no fim da tarde desta segunda-feira (24), em João Pessoa, o traficante italiano Rocco Morabito. A informação foi confirmada por fontes da Polícia Federal na Paraíba que participaram da ação que prendeu o homem num hotel da cidade localizado no bairro de Tambaú.
O italiano foi enviado para o Departamento de Polícia Federal da capital paraibana, localizado na BR-230. No local serão realizadas todas as formalidades para colocá-lo à disposição do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso acontece porque foi o Supremo que emitiu o mandado de prisão de Morabito para fins de extradição.
De acordo com a PF, ainda não se tem como cravar para que país o italiano será extraditado. Mas as investigações dão conta de que o homem, desde a década de 1990, atuava no tráfico de drogas entre o Brasil e a Europa.Morabito, conhecido mundialmente como “o rei da cocaína”, é procurado desde 1994 e estava incluído na lista do Ministério do Interior dos 10 fugitivos mais perigosos da Itália.
A Polícia Federal informou ainda que ele é suspeito de integrar a Ndrangheta, uma associação mafiosa da Itália e que é considerada uma das mais perigosas e influentes do mundo. Ele seria um dos homens mais procurados da Interpol, ainda de acordo com a PF.
Nascido em 1966, o italiano é acusado de associação mafiosa, tráfico de drogas e outros crimes graves. A polícia, inclusive, tem gravações de telefonemas em que ele negociou a compra de quase uma tonelada de cocaína da América do Sul, numa transação de cerca de 8 milhões de euros.
No período em que esteve foragido, o criminoso passou alguns anos no Brasil, onde conseguiu um passaporte falsificado, e depois seguiu para o Uruguai.
Durante pelo menos 15 anos, o mafioso viveu na cidade litorânea de Punta del Este, onde, entre 2002 e 2017, utilizou outra identidade: “Francisco Antonio Capeletto Souza”, um empresário brasileiro que vivia da compra e venda de soja.
No entanto, segundo as autoridades uruguaias, no início de 2017, ele foi matricular sua filha em um colégio e cometeu um erro ao preencher o formulário com seu sobrenome italiano. Com isso, a polícia descobriu seu paradeiro.
Em setembro do mesmo ano, o criminoso foi detido em um hotel em Montevidéu. Ele chegou a ficar preso por dois anos no Presídio Central da cidade, onde aguardava uma decisão sobre o pedido de extradição feito pelo governo italiano, mas fugiu em 2019 com mais três comparsas.
Desde então, o paradeiro de Morabito era desconhecido, embora os investigadores suspeitassem que ele pudesse estar no Brasil.
Além de Morabito, Vincenzo Pasquino, um fugitivo originário de Turim e incluído na lista de fugitivos perigosos, também foi preso.
Os carabineiros de Locri e os do comando provincial de Turim colaboraram na investigação que levou à prisão dos dois mafiosos. (ANSA)