Se tem uma máxima que o governador João Azevêdo (PSB) desde o início das discussões sobre as eleições deste ano é que não aceitaria ‘antilulistas’ em seu projeto de reeleição. Ainda assim, alguns até bem pouco tempo orbitavam a base governista, no jogo da sobrevivência eleitoral.
Um desses personagens é o deputado Efraim Filho (União Brasil), que sobrou na curva governista por não se dobrar à condição imposta por Azevêdo.
Nas palavras do próprio João, no discurso de filiação do ex-petista Anísio Maia às fileiras do PSB, “o deputado federal que queria ser senador” se afastou do grupo porque ouviu dele a condição de que todos deveriam estar na chapa defendendo o nome de Lula. “Ele disse claramente para mim que não poderia declarar voto”, comentou o governador.
Eu estou dizendo isso pela primeira vez aqui. Não precisa ir à imprensa para dizer isso. Você tem que agir e tomar providência. As pessoas escolhem seus caminhos, arcam com os ônus e o bônus da vida. A nossa vida é assim: depende das nossas decisões”, declarou João Azevêdo.
Definições
Com essa definição posta, restou para Efraim Filho aderir ao projeto governista do deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB). Dobradinha, inclusive, sacramentada na última quinta-feira (31). No mesmo dia, João e Aguinaldo Ribeiro passaram a pavimentar a parceria para a chapa majoritária.
Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro e presidente nacional do Progressistas, esteve em pessoa na capital para dar o aval à aliança com o lulista João Azevêdo.
A partir dali, o discurso dos Ribeiros passou a ser em tom de conciliação e o do governador cada vez mais de que o assunto está definido.
A expectativa de João, inclusive, é que a vaga de pré-candidato ao Senado seja anunciada na próxima semana.
Republicanos
O que paira de interrogação nesse processo todo é o nível de relação que o governador estabelecerá com o Republicanos, partido liderado pelo bolsonarista-gourmet, Hugo Motta. Como ficaria a condição imposta por João Azevêdo até o fechamento da chapa?
Além disso, a legenda, que se tornou a segunda maior bancada na Assembleia Legislativa, é cotada para indicar o vice. Os nomes que andam no radar têm alinhamento político com o governador, Adriano Galdino, Wilson Filho e Ramundo Lira. Galdino é declaradamente lulista. Mas também é, declaradamente, eleitor de Efraim. Está montando um dos exemplos do poliamor eleitoral deste ano.
Questões que as movimentações realizadas esta semana já mostraram que, nas eleições deste ano, a sobrevivência nas urnas tem falado (ainda mais alto) do que ideologia partidária.
Com Jornal da Paraíba