A escritora Lygia Fagundes Telles, de 98 anos, morreu na manhã deste domingo, 3. De acordo com Juarez Neto, da Academia Brasileira de Letras, ela faleceu em casa, de causas naturais.
Integrante da Academia Brasileira de Letras, ela ocupava a cadeira número 16, que assumiu em outubro de 1985 ao suceder Pedro Calmon.
Lygia Fagundes Telles publicou seu primeiro livro de contos, de nome “Porões e sobrados”, em 1938. Ganhadora de prêmios como o Jabuti e Camões, em 1977, em plena ditadura, é uma das autoras do manifesto dos intelectuais contra a censura.
A escritora recebeu vários prêmios ao longo da carreira, tais como o Camões (2005), maior distinção em língua portuguesa pelo conjunto de obra, e o Jabuti (1966, 1974 e 2001). Ela tem obras traduzidas para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, polonês, sueco, tcheco, português de Portugal, além de adaptações de suas obras para o cinema, teatro e TV.
Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo e passou a infância no interior do Estado, onde o pai, o advogado Durval de Azevedo Fagundes, foi promotor público. A mãe, Maria do Rosário (Zazita), era pianista. Voltando a residir com a família na capital paulista, a escritora fez o curso fundamental na Escola Caetano de Campos e em seguida ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo, onde se formou. Quando estudante do pré-jurídico cursou a Escola Superior de Educação Física da mesma universidade.
Ainda na adolescência manifestou-se a paixão, ou melhor, a vocação para a literatura incentivada pelos seus maiores amigos, os escritores Carlos Drummond de Andrade e Erico Verissimo. Contudo, mais tarde a escritora viria a rejeitar seus primeiros livros porque em sua opinião “a pouca idade não justifica o nascimento de textos prematuros, que deveriam continuar no limbo”.