Problemas estruturais foram constatados durante vistoria na Estação Elevatória de Tratamento de Água (ETA) no município de Santa Rita, na Grande João Pessoa. O relatório das análises realizadas pelo Conselho Regional de Química da 19ª Região (CRQ 19), foi entregue ao Ministério Público da Paraíba na última sexta-feira (17), e os detalhes foram divulgados nesta terça-feira (21).
O relatório ressalta que esses problemas não decorrem dos últimos 30 dias e sim de, pelo menos, dos últimos 5 a 10 anos. Além disso, em relação às diretrizes de gestão de processo, o CRQ identificou evidências de que não houve processo de transição entre as concessionárias. Além do péssimo estado de conservação da estrutura da ETA, nenhum dos documentos de controle foram repassados para a nova concessionária, como por exemplo, registros de higienização dos reservatórios de limpeza dos filtros ou dos reservatórios de armazenamento, registros de controle analiticos-laboratoriais, registros de unidade consumidoras e inventário patrimonial.
Já a água coletada, atende às especificações do Ministério da Saúde. O cloro residual está acima do limite máximo permitido, porém não é um fator que ofereça risco à saúde da população.
A ANE esclareceu que assumiu a gestão de água e esgotamento sanitário no município de Santa Rita em maio deste ano. Ao entrar em operação, a empresa constatou as péssimas condições de infraestrutura que foram deixadas pela antiga concessionária. A empresa também afirmou que fez investimentos em novos equipamentos e em manutenções de bombas para melhorar as condições de infraestrutura de abastecimento da população de Santa Rita e solucionar problemas históricos.
A ANE prevê um investimento de R$ 260 milhões pelos próximos anos. Esse montante deve permitir, por exemplo, que todo o município de Santa Rita, incluindo a zona rural, conte, até 2033, com 90% de coleta e tratamento do efluente gerado na cidade.
O g1 entrou em contato também com a Cagepa, que era a responsável pelo abastecimento de Santa Rita antes de a ANE assumir, mas não recebeu resposta até a última atualização desta matéria.
De acordo com a promotoria de Justiça, será agendada uma audiência com representantes da ANE e a Cagepa na primeira semana de julho. Os promotores de Justiça Romualdo Tadeu e Ana Maria França vão avaliar os resultados do laudo e na reunião serão propostas medidas para solução dos problemas e o prazo a ser cumprido pelas empresas.