Os dois suspeitos da morte do estudante João Vitor Fontes da Silva, dentro de uma escola, em João Pessoa, que foram presos nesta quarta-feira (6), negaram envolvimento e disseram que o jovem pode ter sido confundido com outro de mesmo nome, da mesma facção criminosa que eles integram. A informação foi confirmada pela delegada de homicídios Luísa Correia, que reforçou também que as investigações seguem em andamento.
Segundo a polícia, os presos pertencem a uma organização criminosa apontada na localidade por expulsar moradores dos condomínios para aumentar o domínio da área. Os suspeitos, que não tiveram os nomes divulgados, são apontados como autores de outros crimes em inquéritos que tramitam na Delegacia de Crimes Contra a Pessoa (DCCPES).
No dia 1º de julho, a Polícia Civil tinha divulgado imagens dos suspeitos. As imagens foram obtidas a partir de vídeos gravados pelo circuito de câmeras. Em uma das imagens é possível ver um homem de máscara que aparece pulando o muro da escola.
A delegada Luísa Correia afirmou que, em depoimento, os suspeitos relataram que João Vitor pode ter sido morto por um grupo rival, após ser confundido com um integrante da mesma facção criminosa que eles fazem parte, pois, além do nome, os dois compartilham o interesse pelo futebol.
A possibilidade de João Vitor ter sido morto por engano foi relatada pela delegada Luísa Correia ao g1 no dia 8 de junho, como uma das linhas de investigação.
As investigações seguem em andamento, e os dois homens permanecem como suspeitos de autoria do crime. Eles foram encaminhados para a carceragem da Central de Polícia.
Relembre o caso
João Vitor, de 18 anos, foi executado a tiros dentro da escola onde estudava, no bairro de Gramame, na noite do dia 1º de junho. De acordo com a Polícia Militar, o suspeito do crime pulou o muro da escola e entrou na sala de aula procurando pela vítima.
João Vitor havia sido contratado há pouco menos de um mês pelo Santa Fé Futebol Clube, do Recife, em Pernambuco. Conforme o site do clube, o time foi fundado em 2021 com o compromisso de formar equipes oficiais exclusivamente com atletas oriundos de projetos e movimentos sociais, futebol de várzea e comunidades carentes.
“Ele assinou o contrato há pouco tempo, ia estrear agora, já estava com jogo marcado. Tínhamos muitas expectativas para ele”, disse o seu pai, José Carlos.