O suspeito de atropelar dois homens na BR-101, em João Pessoa, se apresentou à polícia nesta segunda-feira (11), na Delegacia de Acidentes de Trânsito. No depoimento, conforme o delegado Marcos Vasconcelos, ele disse que não prestou assistência às vítimas com medo de represálias porque o local fica próximo a uma comunidade. O homem de 29 anos vai responder o processo em liberdade.
Segundo o delegado, o suspeito trabalha em uma empresa de informática no município de Goiana, em Pernambuco, com uma carga horária que inicia às 13h e finaliza às 1h da manhã do dia seguinte. O atropelamento aconteceu quando ele voltava para sua residência, que fica no município de Bayeux, na Grande João Pessoa.
O suspeito teria dito que, quando chegou na altura do local do acidente, às margens do bairro Costa e Silva, a pista estava muito molhada, o trajeto estava muito escuro e que o acidente foi inevitável, já que as vítimas tentavam atravessar a rodovia.
Ainda de acordo com o delegado, o carro utilizado pelo suspeito era alugado pela empresa que ele trabalha. Após o atropelamento, ele teria deixado o carro, que ficou danificado, na locadora de veículos, e recebeu um outro automóvel para seguir o seu destino.
O atropelamento aconteceu no último sábado (9). O suspeito teria sido informado pelas redes sociais que as vítimas morreram durante a manhã.
No depoimento prestado à polícia civil, ele relatou que procurou um advogado e se apresentou à Central de Flagrantes quando soube das mortes, onde foi orientado a se apresentar na Delegacia de Acidentes de Trânsito nesta segunda, porque o funcionamento é suspenso nos finais de semana.
“Ele respondeu todas as perguntas, confessou, não omitiu nada e assumiu a responsabilidade. Ele vai responder por duplo homicídio culposo porque se apresentou espontaneamente, não houve o flagrante, ele foi ouvido e liberado, mas vai responder o processo”, disse o delegado.
Agora, a Polícia Civil aguarda o resultado da perícia feita em conjunto pela Polícia Rodoviária Federal (PRD) e pelo Departamento de Criminalística da polícia civil, que vão delinear toda dinâmica do acidente, velocidade, sinalização da pista e demais vestígios, para em seguida ouvir testemunhas e familiares, colocar tudo isso nos autos do inquérito policial, fazer um relatório e entregar à Justiça.
O corpo de Inácio Rodrigues Leandro, de 48 anos, foi enterrado em Pombal, no Sertão da Paraíba, de onde ele era naturl. Já o corpo de Irivaldo da Silva, de 38 anos, foi enterrado no Cemitério de Cruz das Armas. Ambos eram amigos e estavam voltando de uma comemoração na noite do acidente.