Um dia após realizar o sonho de ver a banda RBD na turnê “Live in Rio”, em 2006, no Maracanã, a carioca Brenda Freitas ficou cega. O diagnóstico? Herpes ocular com gatilho emocional. A história de Brenda, que na época do show tinha apenas 12 anos e hoje é atleta da Seleção Brasileira de judô paralímpico foi contada no podcast “Isso é Fantástico”, apresentado pela jornalista Renata Capucci.
Após o show, ela teve dor de cabeça e, no dia seguinte, acordou sem a visão. Depois de várias idas ao hospital foi que ela e a família tiveram o diagnóstico correto. No episódio, Renata Capucci também conversou com Bianca Susanna, diretora da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. Bianca destaca que herpes é um vírus muito comum entre a população.
Caso raro
Casos como o de Brenda não são comuns, apesar da ampla circulação do vírus. “Acima de 50 anos de idade, mais de 80% das pessoas já tiveram contato e têm imunidade contra o vírus”, explica a oftalmologista.
O vírus, muitas vezes alojado no corpo humano, pode “atacar” em momentos de stress. “Esse stress, não sei dizer se pela emoção em si do show, mas tudo envolvido com o show, que a Brenda contou pra gente que foi estressante antes e que foi estressante depois, então é mais o stress em si do que a emoção, que pode fazer com que a nossa imunidade diminua e o herpes venha a aparecer”.
Ela conta que há outras manifestações do herpes que podem levar à cegueira, apesar de casos como o da Brenda serem raros.
A médica disse que qualquer pessoa pode ter herpes. “A diferença é que algumas pessoas geneticamente têm mais predisposição para desenvolver as complicações que o herpes pode causar”.
Pessoas com alguma outra doença associada que leva à redução da imunidade como câncer, imunossupressão para o vírus do HIV têm mais risco de desenvolver a doença. “Mais independente disso, qualquer pessoa, mesmo a mais saudável, pode desenvolver o herpes”, diz Bianca.