Antônio Inácio da Silva Neto, mais conhecido como Antônio Ais, foi preso nesta quinta-feira (29) na Argentina depois de passar mais de um ano foragido da polícia. A informação foi confirmada por um advogado ligado à família. Ele, ao lado da esposa Fabrícia Farias, era sócio da empresa de criptoativos Braiscompany e foi condenado por crimes contra o sistema financeiro.
Antônio foi preso perto do condomínio onde o casal estava escondido, na Argentina. Fabrícia, por sua vez, ainda não tinha sido presa até as 21h30 desta quinta-feira (29). Até as 22h, a Polícia Federal do Brasil ainda não tinha confirmado a prisão.
O “casal Braiscompany” já foi condenado pela Justiça. Antônio Inácio da Silva Neto pegou uma pena de 88 anos e 7 meses de prisão, e Fabrícia Farias, 61 anos e 11 meses. Também foram condenados outos 9 réus. O montante a ser reparado é de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo.
Entre os crimes citados na sentença do juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande Vinícius Costa Vidor, estão operar instituição financeira sem autorização, gestão fraudulenta, apropriação e lavagem de capitais.
O nomes de Antônio e Fabrícia estavam desde fevereiro de 2023 na lista de procurados da Interpol, a polícia criminal internacional que age em todo mundo.
Operação contra a Braiscompany
A Braiscompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 16 de fevereiro de 2023, que teve como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações da PF aconteceram na sede da empresa do ‘casal Braiscompany’ e em um condomínio fechado, em Campina Grande, e em João Pessoa e em São Paulo. A operação foi nomeada de Halving.
A empresa, idealizada pelo casal Antônio Ais e Fabrícia Ais, era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas.
Um ano após a operação ser deflagrada, os dois sócios da Braiscompany, suspeitos do golpe financeiro, seguem foragidos.