Foi adiada a audiência de instrução do processo que julga se o Padre Egídio de Carvalho realizou compras fraudentas de computadores no Hospital Padre Zé.
A audiência de instrução deveria ouvir o religioso, Amanda Duarte da Silva Dantas, ex-tesoureira do Hospital Padre Zé, e o empresário João Diógenes de Andrade Holanda.
De acordo com o advogado Rinaldo Mouzalas, que atua na defesa do empresário João Diógenes, um dos réus, o motivo do adiamento da audiência foi a falta de acesso as provas do processo.
“Não tivemos acesso ao HD que traz as provas”, explicou.
Uma nova data deverá ser informada em breve pela 4ª Vara Criminal da Capital, onde corre o processo.
Os atos ilegais que envolvem o processo são “crimes Praticados por Funcionários Públicos Contra a Administração em Geral (3547)” e “peculato (3548)”.
Primeira audiência do outro processo
A primeira audiência envolvendo o Padre Egídio ocorreu na última segunda-feira (20), e apurou desvios no Padre Zé.
Egídio de Carvalho é apontado como cabeça de um esquema criminoso de desvio de recursos públicos de mais de R$ 140 milhões.
A suspensão determinada pela Justiça aconteceu após um pedido da defesa do religioso. A audiência será retomada no dia 13 de junho.
A audiência foi presidida pelo juiz titular da 4ª Vara Criminal da Comarca de João Pessoa, José Guedes Cavalcanti Neto. Durante a sessão, foram ouvidos seis testemunhas de defesa do padre e uma da denúncia.
De acordo com a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), a defesa do padre insistiu que o juiz ouça as testemunhas de defesa que não puderam comparecer nesta segunda. Esse foi o principal motivo para a suspensão da audiência.
“Foi ouvida a testemunha da denúncia, bem como seis testemunhas dos réus. A audiência foi suspensa porque a defesa de Egídio insistiu no depoimento das testemunhas faltosas. Por isso, os réus ainda não foram interrogados hoje. O ato foi redesignado para o dia 13 de junho. Nesse dia, serão ouvidas as testemunhas de defesa que serão indicadas, bem como serão interrogados os réus”, informou a assessoria do Tribunal de Justiça.
Padre Egídio e os desvios analisados pela Justiça
A prisão de Padre Egídio ocorreu após operação do Gaeco, em 17 de novembro de 2023, por meio da operação ‘Indignus’, realizada de forma conjunta entre o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado –(Gaeco) do Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB), Polícia Militar da Paraíba e pela Polícia Civil da Paraíba.
A operação teve como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).
Segundo as investigações, há indícios de desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e pagamento de propinas a funcionários vinculados às referidas entidades.
Ao longo de pouco mais de 10 anos, os desvios no Hospital Padre Zé e na ASA teriam chegado a mais de R$ 140 milhões, conforme aponta até o momento as investigações da força-tarefa.
O suposto esquema montado pelo padre Egídio teria bancado desde vinhos no valor de R$ 1,500 à imóveis de luxo na beira-mar de João Pessoa.