O Ministério Público da Paraíba (MPPB) realizou, nesta quarta-feira (14), inspeção em uma Comunidade Terapêutica localizada no município de Lagoa Seca e constatou irregularidades graves como cárcere privado, sequestro, lesão, violência e tortura praticada contra internos. A Polícia Civil foi acionada e 38 pessoas foram resgatadas e sete presas em flagrante. Todos estão sendo encaminhados à Central de Polícia de Campina Grande.
A inspeção foi realizada pela promotora de Justiça de Campina Grande, Adriana Amorim (que atua na defesa da saúde) e pela promotora de Justiça Fabiana Lobo, que coordena o Centro de Apoio Operacional às promotorias de Justiça da Saúde.
Conforme explicou Fabiana, foi criado um Grupo de Trabalho sobre comunidades terapêuticas e várias delas vêm sendo fiscalizadas, no Estado.
“O estabelecimento inspecionado em Lagoa Seca, embora se apresente como clínica, funciona como Comunidade Terapêutica. A maioria dos acolhidos ouvidos disse que está no local em sistema de cárcere privado, que não pode sair, inclusive, detectamos que eles estavam com os quartos todos fechados, com cadeado e, durante a oitiva, eles disseram que, quando pedem para sair, ou são dopados ou apanham. Tinha um que já foi levado para fazer o exame corpo de delito, que está todo lesionado, encontramos sangue em uma das paredes. Outro que foi dopado e estava totalmente sedado, porque estava querendo sair. Então, são denúncias que estamos apurando de sequestro, porque eles foram removidos de suas casas de forma compulsória, sob ameaça e violência. Houve a prisão em flagrante de sete pessoas da direção e do corpo de funcionários e todos os conduzidos, em torno de 40 homens, estão sendo levados para a Central de Polícia de Campina Grande”, disse.