Os brasileiros registram índices recordes de acesso à internet, superando os de saneamento básico no país, segundo a mais recente Síntese de Indicadores Sociais 2024, divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (4). Em 2023, 92,9% da população possuía conexão à rede em suas residências, um salto de 24,3 pontos percentuais em sete anos. Em 2016, essa proporção era de 68,9%.
O crescimento foi mais expressivo entre a população de baixa renda, destacando-se o aumento entre os extremamente pobres, cuja renda per capita é inferior a R$ 209 mensais. Nessa faixa, o acesso subiu de 34,7% para 81,8%. Entre os pobres, que têm renda per capita de até R$ 525, o índice também alcançou 81,8%.
Apesar do avanço, 18,2% dos extremamente pobres ainda estão desconectados, mais que o dobro da média nacional de 7,1%. Isso significa que cerca de 1,7 milhão de brasileiros em extrema pobreza não possuem acesso à internet.
Infraestrutura básica ainda precária
Enquanto o acesso à internet avança, o saneamento básico permanece um desafio crítico. Apenas 66,1% da população brasileira têm acesso a serviços como abastecimento de água, coleta de lixo e esgotamento sanitário. O Piauí lidera os piores índices, com apenas 12% de cobertura desses serviços. Em contraste, no mesmo estado, 88,7% da população têm acesso à internet, evidenciando uma inversão de prioridades na infraestrutura.
Outro dado significativo é a alta proporção de brasileiros com telefone celular, alcançando 98,2% em 2023. A pesquisa aponta que o Brasil tem hoje 15,2 milhões de pessoas desconectadas, sendo 1,7 milhão delas em extrema pobreza.